Tombos em casa iniciaram infecção em idosa que passou décadas com feto no corpo

Caso considerado raríssimo será estudado por equipe médica que deve produzir artigo científico

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Feto mumificado estava no corpo da idosa há décadas (Foto: Reprodução)

Três tombos dentro de casa desencadearam uma infecção na idosa de 81 anos que morreu após descobrir que passou décadas com um feto no corpo. O caso aconteceu no interior de Mato Grosso do Sul e ganhou repercussão nacional por ser considerado raríssimo.

Indígena e moradora de um assentamento em Aral Moreira, cidade distante 376 km de Campo Grande, a idosa não tinha o hábito de realizar consultas ou exames médicos e chegou no Hospital Regional de Ponta Porã em estado gravíssimo após ter caído três vezes dentro de casa.

Em nota, o hospital Regional afirma que, em razão da situação em que a idosa chegou, foi encaminhada direto para a ala vermelha para intubação e coma induzido.

Durante tomografia computadorizada, foi diagnosticada a presença de feto calcificado – condição rara chamada de litopedia, consequência de uma gravidez ectópica quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero, que evolui para morte fetal e calcificação.

A partir da infecção constatada, equipe médica da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) decidiu pela realização cirúrgica de emergência, com a finalidade de remover o feto e controlar o processo infeccioso. A cirurgia foi adotada como medida para tentar impedir o óbito da paciente, que não resistiu devido à situação em que se encontrava.

Caso raríssimo será estudado

A família da idosa não sabe afirmar quanto tempo o feto ficou no útero da indígena, mas estima-se em torno de cinco décadas devido à idade dela. Em Ponta Porã, a idosa ficou internada na UTI do Hospital Regional, onde exames de imagens identificaram o quadro grave.

Ela deu entrada na quinta-feira (14) no hospital, foi operada na sexta-feira (15) para retirada do feto do útero e morreu no sábado (16). O Hospital elabora uma nota oficial sobre o assunto e afirma que, até o momento, prezou pelo sigilo do caso.

O caso raríssimo foi identificado pela equipe médica do Hospital Regional de Ponta Porã e deve ser tema de um artigo científico. De acordo com o hospital, a equipe médica se interessou em estudar o caso.

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