Duas ministras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevoaram o Pantanal nesta sexta-feira (28) para monitoramento dos incêndios que atingem o bioma em Corumbá, município a 420 km de Campo Grande. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, definiu o cenário como ‘terra e fogo’.

“Nós considerávamos o Pantanal a terra da água e da terra. O que nós vimos hoje foi apenas terra e fogo. Nós vimos um cenário devastador”, complementou Simone.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também participou dos sobrevoos ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB). Portanto, comentou sobre o cenário pantaneiro. “Quando a gente vê aquela situação que nós vimos lá embaixo, é muito triste e impactante”, afirmou a ministra do Meio Ambiente.

O coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado Vander Loubet (PT), registrou imagens do sobrevoo. “Muito triste ver nosso Pantanal assim”, lamentou o coordenador da bancada.

Além disso, participaram da visita aérea os deputados Dagoberto Nogueira (PSDB) e Camila Jara (PT). “A situação exige a cooperação de todos”, disse a deputada.

Confira o compilado de registos do sobrevoo:

Comitiva no Pantanal

Também fazem parte da comitiva de visita ao Pantanal o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro de Moura, e o secretário da casa civil, Eduardo Rocha. Além de servidores da Defesa Civil e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Então, após o sobrevoo, as ministras participaram de coletiva ao lado do governador Eduardo Riedel. Marina Silva afirmou que os incêndios que devastam o Pantanal resultam de uma combinação perversa de vários fatores.

Assim, destacou as principais causas dos incêndios no pantanal. “De 1º de janeiro a 26 junho deste ano foram contabilizados 3.426 focos de incêndio no Pantanal. É uma quantidade totalmente fora da curva o que vem acontecendo. Mesmo comparando com 2020, que foi o pior ano, com o maior incêndio registrado no Pantanal”, detalhou a ministra.

Conforme a chefe da pasta, o cenário se dá pela junção de três aspectos principais: a ação humana intencional, criminosa ou não, fenômenos meteorológicos e fenômenos naturais. 

“Essa é a maior seca dos últimos 70 anos. Junta-se a isso o El Niño, o La Niña, incêndios pela mão humana e o processo de estiagem que é o pior dos últimos 70 anos”, comentou a ministra.

Recursos para o combate

A ministra Simone Tebet afirmou em coletiva de imprensa em Corumbá que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu “carta branca” no que se refere aos recursos para o combate aos incêndios que castigam o Pantanal em MS.

Ex-senadora por Mato Grosso do Sul e atual ministra, Simone Tebet explicou que se reuniu com o presidente Lula antes da viagem ao Pantanal, que mandou alguns recados para o Estado:

Diga ao povo de MS que todos os ministérios necessários estão envolvidos e, pelo menos até agora são oito ministérios envolvidos. E que não faltará recurso e nem orçamento, ainda que com crédito extraordinário, para que possamos ter mais efetivos, mais brigadistas, mais aeronaves, mais veículos e mais recursos para que possamos combater esses incêndios”, pontuou sobre o recado de Lula. 

Portanto, Lula teria completado o recado: “Gostaria de deixar reforçado aqui que o presidente Lula nos deu ‘carta branca’ assinado, especialmente para a ministra Marina Silva, para que possamos não medir esforços para resolver essa crise que, de novo, não é uma crise do Brasil, ela passa a ser uma crise ambiental da humanidade”, continuou a ministra. 

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Incêndios atingem várias partes do Pantanal sul-mato-grossense (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Fogo no Pantanal

O fogo tem castigado o Pantanal há semanas e destruiu milhares de hectares do bioma. Na noite de quinta-feira (27), 40 dos 82 agentes da Força Nacional chegaram a Corumbá para reforçar o combate aos incêndios. 

monitoramento de focos ativos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra que o número de focos no Pantanal de Mato Grosso do Sul chegou a 2.552 entre 1º de junho e a última quinta-feira (27), número muito maior do que os 77 detectados em todo o mês no ano passado.