Sem recipientes próprios para descarte de objetos cortantes, enfermeiros da saúde pública de Campo Grande temem acidentes
Situação coloca em risco a saúde de profissionais de enfermagem e da limpeza de unidades de saúde
Liana Feitosa, Aline Machado –
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Unidades de saúde de Campo Grande enfrentam falta de recipientes adequados para o descarte correto de materiais perfurocortantes, como agulhas e lâminas. O problema se concentra principalmente em unidades 24 horas.
Segundo o presidente do Sinte/PMCG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem do Município de Campo Grande), Ângelo Macedo, a situação coloca em risco a saúde, tanto dos profissionais de enfermagem, quanto de colaboradores da limpeza e conservação.
Entre os itens que compõem o grupo de objetos perfurocortantes estão, além de agulhas, também vidros, seringas, seringas e pinças, assim como todo tipo de objeto que possua fio de corte capaz de perfurar ou cortar.
Riscos
“Um profissional que venha se contaminar com uma agulha dessa terá sérios problemas na profilaxia e, se contaminado, só Deus para saber as consequências”, alerta.
Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, um objeto perfurante chegou a atravessar o recipiente improvisado para descarte e, no CRS (Centro Regional de Saúde) Aero Rancho, seringas usadas são descartadas em um frasco vazio de detergente.
“A falta de insumos também prejudica o usuário, que não tem onde recorrer. É um abandono”, classifica o representante.
Ele explica que a situação é antiga e já foi denunciada ao CMS (Conselho Municipal de Saúde) e à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), mas até hoje não foi solucionada.
“Estamos há meses denunciando, tanto para a Sesau quanto para o CMS, mas infelizmente somos ignorados. Sempre usam dessa falácia que o problema é pontual, mas isso é uma piada”, frisa.
Materiais em falta
Além da falta de recipientes adequados para o descarte de objetos perfurocortantes, o presidente do sindicato ainda afirma que faltam outros materiais básicos.
Entre esses itens estão gazes, soro, álcool 70, ataduras, luva estéril, coletor de urina e até mesmo medicamentos, como dipirona e paracetamol.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Sesau informou que já foi realizada a aquisição de materiais específicos para o descarte de resíduos perfurocortantes, “com entrega prevista para os próximos dias”.
“Esclarecemos que há materiais disponíveis em estoque e que os responsáveis pelas unidades devem realizar a devida solicitação ao almoxarifado da secretaria para reposição. Além disso, parte do material em estoque já foi distribuída prioritariamente às 10 unidades de urgência e emergência do município”, diz trecho da nota.
A secretaria ainda informou que “todo o processo de aquisição e distribuição segue critérios técnicos e normativos, e eventuais irregularidades serão apuradas com o objetivo de garantir a segurança de profissionais e usuários do sistema de saúde.”
Segundo a Sesau, o percentual de abastecimento do estoque de medicamentos na rede municipal de Saúde encontra-se em 93%.
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