Religiosos de matriz africana realizam ato de repúdio contra pai de santo preso por estupro

Um ato de repúdio será realizado nesta sexta-feira (4) pelas entidades ligadas às religiões de matriz africana, contra os crimes cometidos pelo pai de santo preso preventivamente pela Justiça, nesta quarta-feira (2), sob acusação de estupro.

Segundo as delegadas responsáveis pelo caso, o acusado já teria feito pelo menos 11 vítimas, entre meninos e meninas. Ele subjugava as vítimas fazendo ameaças para que não fosse denunciado. Além disso, o pai de santo já tem outras passagens na polícia por ameaça e lesão corporal dolosa.

Neste sentido, como forma de isolar o ato criminoso da prática religiosa, um grupo de 65 ‘Casas de Axé’ de Campo Grande, tanto do candomblé como da umbanda, realizam este ato de repúdio.

“Este ato de repúdio é porque este homem não representa as religiões de matriz africana, nosso povo, nossa ancestralidade e nossa fé”, afirmou Augusto.

Segundo ele, uma “Casa de axé é lugar de disciplina, compromisso, acolhimento e cura. As pessoas vêm buscar ajuda nas casas de axé e atender melhor o seu caminho”.

Por isso, o ato irá ainda homenagear líderes religiosos das diversas casas de axé da cidade, muitas vezes vítimas de intolerância e perseguição.

Entenda o caso

O pai de santo de 44 anos foi preso por dopar e estuprar adolescentes, em Campo Grande. Ele passou por audiência de custódia, onde teve a prisão convertida em preventiva.

O adolescente mantinha um relacionamento com o pai de santo e morava com ele. À polícia, o menor de idade contou que passou a morar com o autor em julho deste ano. Ele relatou que no começo era tudo tranquilo, mas que depois o pai de santo começou a ficar violento.

No domingo (29), a vítima contou que foi obrigado pelo pai-de-santo a usar cocaína e ingerir remédios controlados, para então cometer o estupro.

Imagens das câmeras de segurança mostram o momento em que o adolescente estava na residência, se desequilibrando por diversas vezes e sendo arrastado pelo homem, pois não conseguia andar. O quarto onde o adolescente foi colocado tinha manchas de sangue e estava revirado.

Ainda segundo o relato, o autor agrediu a vítima durante os abusos. Com isto, a vítima teve vários ferimentos e foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e encaminhado para o hospital.

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