Ah, as iguarias das festas juninas… Só de imaginar dá “água na boca”. Uma das estrelas das mesas é o milho, ingrediente principal da pamonha e do curau. Com isso, a venda de milho aquece do comércio aos ambulantes de rua em Campo Grande.

Na Avenida Marechal Deodoro, de longe o carrinho carregado de João Rodrigues, mais conhecido como “João do Milho”, chama a atenção. Ele está no ponto há anos, com fregueses fiéis. Ele conta que estaciona no local às 7h e só sai às 17h30, vendendo a dúzia por R$ 15.

Além disso, os tipos de clientes variam, por exemplo, com ou sem a palha da espiga de milho. “Disparou as vendas. Nesse período, compram escolas, pessoas que revendem e que fazem para comer em casa. O milho tem mil e uma utilidades, pode fazer bolo, curau e cozido com sal”.

O vendedor adianta que as chuvas atrapalharam as colheitas nesse ano, com escassez de produtos. “Pego milho de um revendedor da região de Anhanduí”, disse.

milho
Conhecido como “João do Milho”, vendedor comemora vendas (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Milho 30% mais caro

De fato, o comerciante e dono de um hortifrúti na Avenida Tamandaré, confirma que o preço do milho ficou cerca de 30% mais caro se comparado ao ano passado. Contudo, a venda da iguaria aumentou 40% nesse período. Além das vendas para consumo em junho e julho, a frente fria favorece o consumo de caldos.

“A bandeja é vendida a R$ 8,50. Todos os dias preciso fazer pedido, compra e reposição diária. Tenho bastante contato, tanto com o Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) quanto com produtores de Furnas do Dionísio e Jaraguari. Aqui fica próximo à saída da cidade, às vezes, produtores param aqui e perguntam se queremos comprar”.

Nesse período, ingredientes complementares de receitas com milho elevam as compras, por exemplo, o coco e a canela.

milho
Para comerciantes, milho ficou mais caro (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Reposição

Na Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), o funcionário de um box, Robson Lemos, diz que dobrou a procura por milho com o início das festividades juninas. Esse aumento começou há duas semanas. Apesar disso, o movimento é menor se comparado ao ano anterior.

“Com tanta demanda e menos produtos no ano passado, até aumentamos o valor da bandeja de R$ 7 para R$ 10. Hoje, o movimento está mais tranquilo. Vendemos bandejas de cinco a seis espigas. Tem gente que gosta com ou sem palha. Com a palha, aproveitam para fazer a pamonha e um ‘guarda-napo’ do milho cozido”.

Robson pontua que, por enquanto, não há falta de milho para produtores rurais locais e ele adianta: “Se faltar, temos produtores de São Paulo. Nos dias de mais movimento, vendemos em média 400 bandejas, mas nesse período a venda dobra. Geralmente, o cliente pede o milho mais maduro para pratos doces”.

Para Júlio Zardo, que aproveitava para fazer as compras, não importa o período, o milho é um dos pratos preferidos. “Tenho costume de comer e gosto dele mais fresquinho. Eu gosto bastante dele assado, com o espeto de churrasco, pingando a gordura da carne”, finaliza.

milho
Venda da iguaria em vários pontos da cidade (Alicce Rodrigues, Midiamax)