Provando que não parou no tempo, bronzeamento natural é autocuidado requisitado o ano todo em Campo Grande
Profissionais apontam crescimento na procura e abertura de espaços especializados em bronzeamento natural em Campo Grande
Jennifer Ribeiro –
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Em 2018, quando Anitta lançou o clipe da música ‘Vai Malandra’, retratando uma cena cotidiana da periferia carioca, o mundo todo voltou seu olhar para as técnicas de bronzeamento natural e biquíni de fita. O mercado viveu um ‘boom’, com demandas para qualquer profissional que desejasse crescer na área. Seis anos após, o cenário permanece o mesmo: promissor.
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A verdade é que o hit só ajudou a alavancar uma profissão já muito estruturada e requisitada em todos os estados do Brasil, em qualquer época do ano – inclusive no inverno. Se engana quem pensa que o mercado está adormecido ou saturado. Todos os dias dezenas de cursos formam dezenas de profissionais que querem mudar de vida por meio do bronzeamento.
Mas, de onde veio a tendência que conquistou o coração – e corpo – das brasileiras? O bronzeamento natural ganhou força em Goiânia, no final dos anos 90. A ideia era perfeita, afinal, as mulheres não tinham acesso diário à praia, e as mais timidas, que não se sentiam à vontade para ficar só de biquíni na frente de desconhecidos, também podiam fazer o procedimento de maneira personalizada e discreta.
Bronzeamento natural em Mato Grosso do Sul
Já em Mato Grosso do Sul, o bronzeamento chegou poucos anos depois, em 2005, através de Eli Nogueira. Antes de abrir o seu espaço, Eli Natu Bronze, a empresária nunca havia cogitado trabalhar na área da beleza. Moradora de uma chácara em Terenos, sua rotina girava em torno de cuidar dos animais e das plantações da propriedade.
Certo dia, passando por uma situação financeira difícil, Eli foi visitar a família que morava em Goiânia e lá, sua mãe sugeriu que ela aprendesse a bronzear outras mulheres. Naquela altura do campeonato, as profissionais que haviam migrado para a área do bronzeamento nas cidades goianas já faturavam bem.
“Quando minha mãe disso aquilo, me questionei: ‘Como vou pagar por um curso? Só se for pela fé!’ E foi pela fé mesmo. Fomos na cara dura até a moça que trabalhava com bronzeamento e pedi para que por favor ela me desse o curso, eu pagaria depois. Ela acreditou em mim e em uma tarde ensinou o que eu precisava para começar. Ela foi um anjo mesmo”, conta.
De volta à Terenos, Eli colocou em prática o que havia aprendido em Goiânia. Não demorou para que sua agenda lotasse, afinal, o procedimento era uma novidade, todas queriam saber como funcionava.
“Montei o meu próprio biquíni, a minha própria fita, sempre usei meus próprios produtos. Com isso foi nascendo admiradoras da profissão. Na época tinha que fazer até um curso superior de estética pra poder realizar bronzeamento, hoje já não precisa mais, apenas os cursos profissionalizantes. Isso é muito importante”, ressalta.
Mudança de vida
Assim como Eli, há 5 anos, Isabela de Paula viu sua vida se tranformar por meio do bronzeamento natural. A empresária lembra que havia recém saído do puerpério, se olhava no espelho e não se reconhecia. Até que um dia, uma amiga a convidou para fazer bronzeamento. Mesmo com receio, achando que encontraria apenas mulheres ‘ de corpo perfeito’, aceitou.
“Fiz e lembro que paguei R$ 50 na sessão. Eu olhava para meu corpo, parecia uma plástica. O bronzeamento me deu curva, silhueta, me valorizou demais. Me apaixonei! Lá, haviam mulheres com todo tipo de corpo, gordas, magras, todas super a vontade, descontraídas. Achei aquele lugar um paraíso!”.
Encantada com a descoberta, Isabela começou a estudar, saiu da empresa que trabalhava e com o acerto, comprou suas primeiras macas, investiu em um curso, e abriu seu próprio negócio, o Bronze da Gata.
“Hoje, além dos atendimentos, também ministro cursos. Existe uma grande procura, muitas mulheres querem se profissionalizar. E também tem muitos espaços de bronzeamento, cada bairro da cidade tem pelo menos um. Por isso, sempre digo que o importante é buscar um diferencial para continuar de portas abertas. Para quem tem interesse, é um mercado altamente lucrativo”, pontua.
Bronzeamento impacta autoestima
Se tem férias e verão se aproximando, tem mulheres agendando bronzeamento. No entanto, a procura vai além de questões estéticas e está muito mais ligada a autoestima e desejo de se sentir bonita durante o descanso merecido. Sobre isso, Isabela pontua que a maioria das meninas que buscam o procedimento gostam de camuflar aquilo que encaram como inseguranças.
“Muitas não fazem pela marquinha de fita, inclusive, muitas preferem trazer o próprio biquíni. Mas o bronzeamento camufla estria, vasinhos, celulites, coisas que incomodam elas. Isso aumenta a procura, porque resulta em autoconfiança”, explica.
É graças a esta liberdade e autoconfiança conquistadas por meio do procedimento, que o mercado nunca estagnou. “O bronzeamento veio realmente pra ficar. A vida inteira, desde que eu me entendo por gente, as mulheres gostam disso. É um mercado estável e muito procurado, com cliente pra todo mundo”, ressalta Eli.
E como funciona o bronzeamento natural?
O bronzeamento natural, como o próprio nome propõe, é aquele em que há exposição ao sol. Mas, para garantir o tom perfeito, sem manchas, é necessário usar os produtos certos, saber o momento ideal para mudar de posição na maca, e principalmente, os horários adequados de exposição ao sol. Por isso os cursos são tão necessários.
Eli aponta que hoje, o mercado estético oferece uma gama ampla de produtos, basta o profissional identificar os melhores para seu público.
“Sou daquelas que acreditam que a moda antiga não falha. Então, aqueles primeiros produtos lançados, que vinham com óleo de coco ou girassol, são excelentes. Eles potencializam o bronze e garantem a hidratação”, explica.
Mas, e o protetor solar? Isso já depende. A ideia é bronzear, por tanto, o protetor é dispensável. Ele só entrará em ação em casos específicos, se necessário para a saúde do cliente. “A proteção a gente coloca por cima do óleo bronzeador em casos específicos, por exemplo, se a pessoa for muito branquinha ou então, se tem uma mancha, algo que não pode ficar sem proteção”, explica.
Existe época ideal para o bronzeamento?
O bronzeamento pode ser realizado em qualquer época do ano, inclusive, as profissionais concordam que o bronze mais lindo é aquele realizado no inverno.
“O resultado do bronze no inverno é algo impressionante e a cliente não sofre no calorão. A cor é outra, a durabilidade é outra, é algo lindo mesmo. Só não fazemos quando está nublado porque o que precisamos é dos raios UVA. Mas o sol do inverno é lindo”, afirma Eli.
Para Isabela, o inverno também é uma época de agenda requisitada, principalmente por aquelas clientes que já passaram pela experiência do procedimento em dias gelados.
“O inverno tem o sol e o ventinho gelado, então parece que tá bronzeando no ar-condicionado e fica super bonito. Então o inverno é a melhor época pra fazer bronze de sol. Acho terrível fazer na primavera, porque é muito quente. É 1 hora de procedimento, mas parece 3h”, conta.
Aplicação
Logo que a cliente chega, escolhe com a profissional qual será o seu biquini e se haverá tatuagem. O processo de montagem é rapido, dura no máximo 8 minutos. Depois, ocorre a aplicação dos produtos bronzeadores.
Em seguida é levadas à maca, onde será orientada e monitorada para garantir que todas as partes do corpo recebam a mesma quantidade do sol. De tempos em tempos as profissionais jogam uma bruma de água feita com a mangueira para aliviar a temperatura da pele. O tempo de sessão dependerá do tom de pele da mulher e principalmente, do tom que ela pretende chegar com o bronze.
“É média de 1h, 1h20, 1h40. Tem época do ano que dá para chegar até 2h, mas depende da pele e do horário que vai iniciar. As meninas deitam a cliente na maca e colocam o nome dela no quadro, para monitorar o tempo correto de virar e garantir uniformidade”, explica Eli.
Para garantir um bronzeamento duradouro, os cuidados pré e pós procedimento também são fundamentais. Conforme Isabela, a alimentação e hidratação interferem diretamente no resultado.
“Se a cliente tem uma alimentação rica em betacaroteno, come couve, cenoura, beterraba, folhas escuras, isso significa que ela terá uma boa pigmentação. Hidratação também, com certeza. Porque o bronzeamento em si, é um procedimento que desidrata a pele, porque você fica exposta ao sol, consequentemente, perde bastante líquido. Se a cliente não tem uma boa hidratação, ela vai ter uma vermelhidão maior”, explica.
Por isso, além da alimentação e hidratação, investir em bons produots de pós-sol podem ajudar. Eles são encontrados em qualquer farmácia por R$ 10, R$ 15, R$ 20, em média. “O pós-sol acalma a pele e tira a vermelhidão. Isso também traz uma durabilidade maior. Mas, se a cliente não tem, é só colocar um hidratante de corpo na geladeira antes da aplicação, e tomar bastante água”, acrescenta.
Bronzeamento de máquina
O bronzeamento de máquina também resiste ao tempo e preconceitos que muitas pessoas têm. Conforme Isabela, o aparelho é uma excelente solução para os clientes que querem garantir o bronze apesar do tempo nublado
“Os dois tipos de bronzeamento têm procura. Muitas vezes as clientes chegam aqui querendo bronze no sol, achando que a máquina não dará o mesmo resultado. Mas isso não é verdade, porque os resultados são ótimos e a durabilidade também”, conta.
No inverno, em dias de chuva, ou em casos de clientes que só podem ser atendidos de noite, a máquina é uma solução estratégica e um diferencial. “A máquina tem essa facilidade. Você marcou, veio e fez. Porque se não fosse a opção da máquina, trabalhar por agenda seria complicado, né? Porque você pode marcar dali uma semana, mas não tem a garantia de sol”.
Eli acrescenta que o mercado de bronzeamento é crescente e promissor. Conforme a empresária, se as profissionais do setor se unissem mais em trocas de experiências, realizassem encontros para debater técnicas, inovações e produtos, Campo Grande teria tudo para ser um município destaque no mercado nacional.
“As mulheres campo-grandenses são vaidosas, então tem procura, tem cliente para todas. E essa parceria ajudaria a chamar a atenção do mercado regional em relação a outros estados, outras cidades do Brasil, tornando MS uma referência de bronzeamento. Tem áreas da estética que Campo Grande já é referência. O bronzeamento tem potencial para se tornar uma delas”, afirma.
Xô, vulgarização!
Houve um tempo em que o procedimento era visto como algo vulgar. E até hoje é, nada verdade. Mas as especialistas apontam que muitos têm mudado essa percepção e as mulheres estão cada vez mais abertas às mudanças que beneficiam seu bem-estar.
“A marquinha sempre foi considerada algo muito sensual. Depois que começou a fita, já mudou para o vulgar. Mas nós prezamos pela qualidade da vida social da cliente. Tem que ter esse cuidado na montagem do biquíni pra criar um desenho elegante”, explica.
“Já aconteceu da cliente chegar e apontar preferência por uma fita que não fica bem nela. Cabe a nós, com a nossa experiência, convencer ela a mudar de ideia. Se a cliente participa de muita reunião, de eventos ou é da igreja, por exemplo, não precisa fazer a marca em cima, pode fazer a marquinha só embaixo”, pontua Eli.
Isabela acrescenta que o bronzeamento trabalha a autoestima, e tem tudo a ver com a mulher se olhar no espelho, gostar do que vê e se achar poderosa.
“Eu atendo advogada, professora, médica, dentista, todo mundo. A questão é que o bronze chama atenção, igual quando alguém coloca silicone. Ela não se torna vulgar só porque colocou o silicone. O que a mulher faz, quando coloca o bronze, é trazer benefícios para a sua saúde, melhorias para seu corpo”, explica.
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