La Niña tem 60% de chance de chegar em outubro e diminuir temperaturas, aponta organização

Historicamente, influência do La Niña no Brasil gera anos mais frios, chuvas acima da média no Norte e Nordeste e abaixo no Centro-Oeste e Sul

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La Niña está associada a chuvas abaixo da média no Centro Oeste (Foto: Ilustrativa, Jocemir Antunes, Ecoa)

Nesta quarta-feira (11), a OMM (Organização Meteorológica Mundial) divulgou que a probabilidade de que o fenômeno La Niña inicie entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025 é de 60%. Isso pode reduzir as temperaturas globais e também influenciar em outras condições climáticas.

O fenômeno La Niña refere-se ao resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico equatorial central e oriental, acompanhado de mudanças na circulação atmosférica tropical, como ventos, pressão e precipitação.

Os efeitos de cada evento de La Niña variam conforme sua intensidade, duração, época do ano em que se desenvolve e a interação com outros fatores climáticos. De modo geral, provoca impactos climáticos opostos aos do El Niño, especialmente nas regiões tropicais.

O La Niña ocorreu em 2016, 2010, 2007, 1998 e 1995, sendo que o episódio mais recente perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.

No Brasil, historicamente, períodos sob a influência do La Niña são associados com chuvas acima da média em áreas das regiões Norte e Nordeste, e chuvas abaixo da média nas regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. Além disso, normalmente, são anos mais frios.

Contudo, segundo uma nota técnica do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais) cada edição do fenômeno é única.

El Niño x La Niña

Nos últimos três meses, prevaleceram condições neutras – nem El Niño nem La Niña. No entanto, mesmo nesse cenário neutro, foram observadas condições climáticas extremas em várias partes do mundo, como ondas de calor intenso e chuvas devastadoras.

Embora eventos climáticos naturais, como La Niña e El Niño, sejam fenômenos recorrentes, eles ocorrem dentro de contexto mais amplo de mudanças climáticas induzidas pelo homem, que estão elevando as temperaturas globais, exacerbando eventos climáticos extremos e afetando os padrões sazonais de chuva e temperatura.

Conforme a OMM, desde junho de 2023, houve uma sequência prolongada de temperaturas excepcionais da superfície terrestre e oceânica. Mesmo que La Niña traga um resfriamento de curto prazo, isso não alteraria a trajetória de longo prazo do aquecimento global.

Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, mesmo com a influência de resfriamento de uma La Niña prolongada, que durou de 2020 até o início de 2023. O evento El Niño de 2023-24 se manifestou em junho de 2023 e atingiu seu pico entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, sendo um dos cinco mais fortes já registrados, antes de se dissipar – embora alguns efeitos tenham persistido.

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