A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e a concessionária Energisa divulgaram nesta quinta-feira (8) dados sobre o combate a furtos de energia. De janeiro a junho, o estado deixou de arrecadar R$ 28 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), um valor que representa um aumento de 25% em relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo o delegado-geral adjunto da PCMS, Márcio Faria Custódio, essa perda reflete no aumento da taxa de energia distribuída e acarreta riscos significativos, como incêndios e panes elétricas. “Há um alastramento, uma disseminação das fraudes, dos desvios de energia, dos ‘gatos’. Muitas vezes, as pessoas agem dessa forma, algumas para potencializar seus lucros. Estamos também tratando de um contexto de pessoas com vulnerabilidade social”, afirmou o delegado.

Além disso, é importante destacar que, considerando os riscos envolvidos, o manuseio incorreto ou indevido da rede de energia elétrica pode resultar em consequências catastróficas. “

Incêndios, mortes e pessoas lesionadas por não manusearem a energia elétrica da forma adequada são algumas das tragédias que podemos enfrentar. Ao longo da minha carreira, deparei-me com vários casos em que pessoas foram eletrocutadas e morreram devido ao manuseio impróprio da rede elétrica”, explicou o delegado.

Polícia Civil e concessionária de energia atuam juntas

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, o delegado-geral adjunto, Márcio Rogério Faria Custódio, e o Coordenador Comercial da Energisa, Jonas Ortiz, apresentaram os dados mais recentes sobre o combate a fraudes e furtos de energia elétrica. Nesse sentido, eles destacaram a importância e os resultados da colaboração contínua entre a Polícia Civil e a concessionária.

Inicialmente, o Dr. Márcio Rogério abriu a coletiva ressaltando a relevância da parceria, que já dura quase 15 anos. “Estamos aqui para discutir um tema crucial dentro da nossa missão institucional de servir e proteger a população. Além disso, a segurança no fornecimento de energia elétrica é vital, tanto do ponto de vista da segurança física quanto em relação aos impactos financeiros e sociais decorrentes das fraudes”, afirmou o delegado.

Dessa forma, o evento sublinhou como a cooperação entre a Polícia Civil e a Energisa tem sido fundamental para enfrentar o problema crescente dos furtos de energia, destacando a importância de continuar com essas ações conjuntas para garantir a proteção e a integridade do fornecimento de energia elétrica.

Resultados das Operações de 2024

Em 2024, até o mês de julho, as instituições promoveram 16 operações em 14 municípios, com uma duplicidade de ações em Corumbá e Campo Grande. Durante essas operações, identificou-se 321 pontos passíveis de fiscalização, dos quais 114 foram vistoriados. As operações resultaram na condução de 88 pessoas para a delegacia. Nos últimos dias, realizadas foram operações em Corumbá e Campo Grande, resultando em nove e sete locais inspecionados, respectivamente, e a detenção de nove pessoas.

Jonas Ortiz, da Energisa, acrescentou que a fraude de energia causou uma perda estimada de R$ 28 milhões em 2024. Isso representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior. “Esses números são alarmantes e mostram a necessidade urgente de intensificarmos nosso trabalho conjunto para enfrentar esse problema.”

Impactos e Desafios

O delegado Márcio destacou que a tecnologia empregada nas fraudes está cada vez mais sofisticada, o que demanda um esforço contínuo em tecnologia. O objetivo é desenvolver a investigação para identificar e desmantelar essas práticas ilícitas. “Estamos enfrentando um cenário onde as fraudes estão mais bem elaboradas. É um desafio constante para nossas equipes e para a Energisa.”

Questionados sobre o trabalho de detecção de fraudes, o delegado-geral afirmou que as instituições utilizam uma combinação de investigações tradicionais e tecnologias avançadas. O objetivo é identificar e enfrentar os responsáveis. A Energisa também reforçou o papel crucial das denúncias da população, que têm aumentado significativamente.