A Prefeitura de Campo Grande vai interromper o fluxo de veículo na Rua 14 de Julho a partir desta sexta-feira (23), até o domingo, nos trechos entre as ruas Marechal Rondon e Antônio Maria Coelho. O fechamento da via será um teste de avaliação de impacto, considerando o aumento de frequentadores no trecho, onde novos bares e restaurantes passaram a funcionar nos últimos meses.

A decisão foi anunciada na tarde desta terça-feira, em reunião intitulada “Todos em Ação Pelo Centro”, convocada nesta manhã para apresentação de propostas e ações para movimentar o comércio local. A estratégia de fechamento também foi anunciada um dia após o Jornal Midiamax publicar matéria especial sobre a importância da ocupação ordenada na Rua 14 de Julho.

Além da interdição da via, a estratégia contempla, também, aumento de policiamento no local. “Não um policiamento ostensivo, mas de apoio, feito pela nossa GCM (Guarda Civil Metropolitana), detalhou a prefeita Adriane Lopes (PL), que apareceu no encontro.

(Henrique Arakaki, Midiamax)

O anúncio foi bem recebido pela categoria de empresários que estiveram na reunião, considerando a necessidade de apoio do poder público diante do “boom” em torno dos bares da Rua 14 de Julho. Já na terça-feira (27), uma nova reunião entre Prefeitura e empresários do segmento de bares da via foi marcada para avaliar o resultado da estratégia.

Repercussão

O empresário Leo Soldati, do empreendimento Copo Bar e Restaurante, detalhou que todas as iniciativas são bem-vindas para facilitar a vida dos empresários, sobretudo aqueles que proporcionam ocupação da via no 3º turno.

“Contudo, tem sido muito difícil alcançar as exigências. Há uma burocracia absurda e estou há meses tentando conseguir um alvará especial de funcionamento que esbarra em exigências absurdas”.

A empresária do ramo gastronômico Nicoli Dichoff (Henrique Arakaki, Midiamax)

Sócia do Pizza Pub, a empresária Nicoli Dichoff também destacou como positiva a ação municipal. “A interdição agrada os bares, porque proporciona segurança. Mas precisamos desse apoio, como os banheiros, as lixeiras e a limpeza, que até agora é feita por nós mesmos, para não atrapalhar as lojas da manhã”, aponta.

Em resposta, a prefeita Adriane Lopes garantiu que atenderá os pedidos do grupo durante o teste. “Teremos essa infraestrutura e, inclusive, a limpeza da via naquele trecho antes do início do funcionamento das lojas que abrem em horário comercial. Na terça-feira, iremos avaliar juntos a eficácia dessa estratégia”, pontuou a gestora.

Um Centro de demandas

A reunião contou com representantes de diversas pastas municipais. Representando a Sugepe (Subsecretaria de Gestão de Projetos Estratégicos), Catiana Sabadin, que coordenou o projeto “Reviva Campo Grande”, destacou que a Rua 14 de Julho contará com projetos de ativação do espaço, que ocorre após a revitalização.

“A Prefeitura vê com entusiasmos esses bares cheios, apesar de problemas que podem surgir. O que queremos, portanto, é contorná-los. Nesse sentido, estamos desenvolvendo um estudo específico de incentivos fiscais para a região do Centro, um plano estratégico de desenvolvimento da região, que conte com ações de ativação desses equipamentos”, destacou.

Empresários, contudo, revelam insatisfações enraizadas, desde a queda do movimento ao número crescente de dependentes químicos na região. Um empresário destacou que se sente desassistido quando vai à Prefeitura. “Vocês pontuam a visão da Prefeitura, mas a gente está fora dela. Quando chegamos lá é uma burocracia absurda”, pontuou.

Reunião na terça-feira vai avaliar estratégia de fechamento e infraestrutura (Henrique Arakaki, Midiamax)

Assim, gestores municipais garantiram que deverão criar uma “sucursal” da Prefeitura no Centro, especialmente para atender as demandas dos empresários daquela região. A questão da falta de vagas também foi pontuada e, uma solução apontada foi a criação de um micro-ônibus gratuito, para funcionários e clientes do Centro, que proporcionasse translado de uma área de estacionamento até às lojas da via.

“Teremos amanhã (21) uma reunião com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e com o Consórcio Guaicurus para discutir essa questão do transporte e proporcionar esse deslocamento de um bolsão a ser definido até às lojas, sem custo”, concluiu Sabadin.

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