Recém-criado, MS já contava com 55 cidades, mas outras 24 surgiram ao longo de 47 anos

Atualmente com 79 municípios, Estado de Mato Grosso do Sul já contava com 55 no ano da Divisão do Estado

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Solenidade de instalação de Mato Grosso do Sul, em janeiro de 1979 (Foto: Aquivo/Tião Guimarães)

Há 47 anos Mato Grosso do Sul comemora, nesta data, sua criação, resultado do desmembramento de Mato Grosso, ocorrido em 1977 e efetivado em 1979. Desde então, as cidades já existentes passaram por um processo de desenvolvimento, enquanto outras foram criadas, totalizando, atualmente, 79 municípios.

Na época da divisão, a área que daria origem ao estado sul-mato-grossense já contava com 55 municípios, entre eles a capital Campo Grande, além de cidades históricas como Corumbá, Ladário, Miranda, Ponta Porã, Dourados, Coxim e Três Lagoas.

Esta é a penúltima reportagem em celebração dos 47 anos de Mato Grosso do Sul, celebrados nesta sexta-feira (11). Nela, abordamos a expansão do estado, que ganhou 24 novos municípios por meio de emancipação político-administrativa, desde que MS foi criado, formando o atual mapa do estado com 79 cidades.

Emancipações municipais e políticas desenvolvimentistas

A historiadora Madalena Greco, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), explica que o surgimento dos municípios sempre esteve ligado a políticas mais amplas.

“A emancipação dos municípios está frequentemente relacionada a políticas desenvolvimentistas e de ocupação, dependendo da época analisada, mas sempre orientada por uma política central”, afirma.

No final do século XIX, por exemplo, cidades como Miranda, Paranaíba, Coxim, Nioaque, Campo Grande e Aquidauana surgiram após a Guerra do Paraguai – com exceção de Corumbá, reconhecida como município em 1850. Campo Grande, por exemplo, começou a se consolidar como cidade nesse período, em um processo de ocupação.

“Paranaíba, por exemplo, foi um ponto de entrada para mineiros que vinham de Minas Gerais, passando por Franca do Imperador. A formação dessas cidades seguiu dois padrões: algumas serviam como postos militares estratégicos, como Bela Vista e Aquidauana, enquanto outras, como Corumbá, estavam na fronteira, como o Forte Coimbra. Coxim também teve um papel relevante nesse processo”, explica Madalena.

No início do século XX, as cidades eram muito afastadas umas das outras até, aproximadamente, 1928, quando a chegada da ferrovia trouxe uma nova configuração. Municípios como Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Maracaju se fortaleceram com a passagem dos trilhos, assim como outras localidades ao longo dessa rota, como Sidrolândia. “A ferrovia foi um fator crucial para essa integração”, ressalta a historiadora.

Marcha para o Oeste também deixou marcas

Entre as décadas de 1940 e 1960, o estado experimentou uma expansão significativa, impulsionada por políticas desenvolvimentistas, como as promovidas por Getúlio Vargas e pela “Marcha para o Oeste”. Nesse contexto, muitas cidades na região do Bolsão foram emancipadas nos anos 1950, como Cassilândia e Inocência, refletindo a expansão da fronteira agrícola.

Na região de Dourados, o declínio da Matte-Laranjeira proporcionou uma grande reforma agrária a partir da década de 1930, que também atraiu imigrantes e criou as condições para a formação de diversas cidades, a partir da década de 1950.

Após a divisão do estado, 22 novas cidades foram emancipadas. Até 2001, e em alguns casos até 2005, como Figueirão, a criação de municípios continuou, sempre ligada à expansão agrícola.

Moradores de Campo Grande comemoram divisão do Estado em 1977 (Foto: Roberto Higa)

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Desmembramentos e novas cidades a partir dos anos 80

Na década de 1980, surgiram municípios que hoje se destacam no cenário estadual, como Costa Rica, São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul. Nos anos 1990, cidades como Japorã e Nova Alvorada do Sul foram emancipadas.

Em muitos casos, um município foi formado pelo desmembramento de áreas pertencentes a vários outros, como no caso de São Gabriel do Oeste, que se emancipou em 1981 a partir de territórios de Camapuã, Bandeirantes, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso e Coxim. Em outros casos, como o de Nova Alvorada do Sul, o desmembramento ocorreu de apenas um município: em 1991, a então localidade conhecida como “Entroncamento”, que era distrito de Rio Brilhante, tornou-se cidade.

Dourados, a segunda maior cidade do estado, também teve origem em um processo semelhante. Em 1935, foi desmembrada de Ponta Porã.

As cidades mais recentes, Figueirão e Paraíso das Águas, foram criadas em 2003. Com a adição desses municípios, Mato Grosso do Sul passou a ocupar o 19º lugar no ranking de estados com maior número de municípios, superando o Espírito Santo.

Figueirão, formada por áreas que anteriormente pertenciam a Camapuã e Costa Rica, é atualmente a cidade menos populosa do estado, com 3.539 habitantes, segundo o IBGE.

Já a emancipação de Paraíso das Águas foi mais conturbada, chegando ao STF (Supremo Tribunal Federal) após contestação do município de Água Clara, que cedeu parte de seu território, assim como Costa Rica e Chapadão do Sul.

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