Enorme cardume de tilápias que está fazendo o Rio Anhanduí de morada chamou a atenção de quem passava pela Avenida Ernesto Geisel e principalmente dos amantes da boa culinária pantaneira que já imaginaram um filé de tilápia à parmegiana na mesa do almoço.

Entretanto, para consumi-las é preciso atenção às condições do ambiente onde estão, alerta o biólogo e doutor em Ecologia, José Sabino. “Não recomendaria o consumo de maneira alguma, pelo risco de contaminação. Repare que elas nadam perto de uma tubulação de descarga, que não se sabe exatamente qual a qualidade da água”, ressalta ao Jornal Midiamax.

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Rio Anhanduí (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

O trecho de águas onde o cardume está é resultado da junção dos córregos Prosa e Segredo, que cortam a área urbana de Campo Grande, a partir do cruzamento das Avenidas Fernando Corrêa da Costa e Ernesto Geisel. 

De acordo com a classificação do Programa Córrego Limpo, da Águas Guariroba, as águas do Rio Anhanduí está como regular – uma classificação intermediária entre a ‘Péssima’ e ‘Ótima’.

Conforme o profissional, a tilápia é uma espécie invasora da África, que foi introduzida no Brasil no início do século XX. “No caso de Campo Grande, há os numerosos córregos urbanos com qualidade de água que varia muito entre razoável e boa, o que permite a existência de várias espécies de peixes, tanto nativas, bagres, cascudos e lambaris, por exemplo, até mesmo as exóticas, como a tilápia”, explica à reportagem.

(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Ativo importante da piscicultura

Apesar da posição de invasora e problema para o ecossistema aquático, a tilápia representa um ativo importante para a piscicultura brasileira. Para Sabino, criadas em cativeiro, elas são de fácil manejo e podem ser consumidas.

“Na verdade, representam um importante segmento de produção de peixes, com cadeias produtivas muito bem estabelecidas. O problema é sua presença nos rios e lagos, onde já citei que são invasoras e prejudiciais às espécies nativas”, finaliza.

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Tilápias em Campo Grande (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Cena comum

A cena não é tão incomum assim. Peixes e também cágados são constantemente vistos, tanto no Rio Anhanduí, como mais acima, no córrego Segredo, na Avenida Ernesto Geisel. 

Em outubro de 2019, o Midiamax noticiou situação parecida. Na ocasião, o biólogo José Milton Longo explicou que a presença dos peixes representa que as condições daquele trecho do córrego estão satisfatórias.

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‘Fauna’ própria do Rio (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

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