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Cotidiano

Para quem mora na favela do Mandela, frio e chuva aumentam dor da espera por casa própria

Incêndio ocorreu em novembro de 2023 e só em dezembro de 2024 as casas devem ser entregues
Priscilla Peres, Clayton Neves -
(Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Há 4 meses um grande incêndio atingiu a favela do Madela, em , destruindo a maioria dos barracos e deixando dezenas de famílias só com a roupa do corpo. Todas receberão casas da prefeitura, que estão em construção e devem ser entregues até o fim do ano, mas até lá a expectativa, ansiedade e ‘perrengues’ fazem parte da rotina dos moradores.

Nesta segunda-feira (25), Campo Grande amanheceu com clima friozinho e chuva fraca, alívio para o calorão, mas sinônimo de preocupação para quem mora na favela. Com barracos improvisados, a chuva molha o pouco que as famílias têm e o frio piora a situação de quem mal tem roupa para vestir.

Na espera da entrega das casas, as famílias se viram como podem. É o caso de Marlene Salazar, 50 anos, que mora há 8 anos no Mandela com dois irmãos, que até antes do incêndio cada um tinha seu barraco. Agora, eles se apertam em espaços ainda mais improvisados.

Quando o fogo destruiu tudo que Marlene e o irmão tinham, os dois foram morar na varanda do barraco da irmã. “Eu ainda fiquei com meus documentos porque estava resolvendo coisas de médico quando pegou fogo, mas meu irmão perdeu até isso. Ficamos só com a roupa do corpo”, conta.

Para seguir a vida até receber a casa no bairro Talismã, ela levantou um barraco com telhas improvisadas e, claro, com chuva dentro. “Para quem está nessa situação, a demora é sentida. Nesse tempo frio e chuva bate um nervoso, com medo de perder tudo”.

(Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Frio piora a situação de quem vive improvisado

Sem ter como se proteger do frio e da chuva, a situação piora para as famílias que têm criança em casa, já que o clima ainda potencializa doenças. Lauana Tainá, 27 anos, mora com dois filhos, de 5 e 2 anos.

Lauana mora há cerca de 7 anos na favela do Mandela, em uma casa improvisada com duas peças e um banheiro e tem partes que molham muito quando chove porque a água entra por baixo. A expectativa é sair a casa nova ainda esse ano, prazo até dezembro.

“A gente não quer passar mais um fim de ano aqui na favela, queremos ter uma casa e sair desse sufoco. Quando chega a época do frio é sempre muito difícil e esse ano não vai ser diferente, já acende um alerta esse tempo de chuva, principalmente por causa das crianças que ficam doentes”.

Já Maria Aparecida Mendes, 66 anos, mora há 4 anos na favela, com a bisneta de 11 anos, em um barraco com três peças e que molha muito quando chove. Para evitar isso, ela deixa uma lona em cima da casa quando sai, pois já aconteceu de chegar e encontrar a casa alagada.

“A gente procura não pensar muito, se não acaba passando mal. Mas é grande a expectativa para mudar”, conta ela que vai para a região do Talismã, onde ela passa diariamente de ônibus e vê o avanço das obras.

(Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

R$ 15 milhões em investimentos

Ao todo, serão investidos R$ 15 milhões em recursos para construção e retirada das famílias que residem no Mandela. Cada família contemplada deverá pagar 10% de um salário mínimo, que pode ser dividido em até 30 anos.

Durante a construção das casas, as famílias que optarem por ficar na comunidade seguirão recebendo assistência da prefeitura por meio da distribuição de comida, itens de higiene pessoal e colchões.

Em dezembro de 2023, a prefeitura de Campo Grande anunciou que todas as 187 famílias do Mandela receberão um lar definitivo.

As novas unidades habitacionais serão construídas por meio do Programa Credihabita, abrangendo todas as famílias afetadas, com previsão de conclusão em até 12 meses.

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