Na Avenida dos Cafezais, no Jardim Centro-Oeste, a ausência de estacionamento em um supermercado tem causado transtornos a vizinhos do estabelecimento. Sem muitas opções de parada, muitos motoristas desafiam as normas de trânsito e estacionam na frente de garagens residenciais.
A infração acaba impedindo que moradores possam entrar e sair de casa sem dificuldade, causando transtornos a quem mora nas imediações. Além de reclamarem da falta de educação dos condutores, eles também reclamam da falta de fiscalização.
Infração
De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), estacionar em frente a uma garagem é infração média, com multa no valor R$ 130,16 e 4 pontos na CNH (Carteira Nacional de Trânsito). Além disso, o veículo pode ser guinchado e retido pelo órgão responsável.
“Antes aqui era o supermercado Cardoso e eles tinham estacionamento. Aí o Cardoso vendeu há uns dois anos e o novo mercado preferiu aumentar o espaço interno, tirando o estacionamento. E aí o pessoal começou a parar onde eles acham que pode”, conta a cabeleireira Elizena Rodrigues de Oliveira, 53 anos.
Pedido de ajuda
“Muitas vezes eu vou no mercado e peço para eles anunciarem que tem carro parado na frente de garagem. Eles anunciam nos microfones do mercado e muitas vezes o cliente vem aqui tirar o carro. Mas às vezes não vem e, quando vem, chega bravo xingando. Já aconteceu de eu bater boca aqui com cliente”, completa.
A situação da Elizena é ainda mais complicada para ela porque algumas semanas, todos os meses, o avô dela, de 99 anos, fica sob os cuidados dela e, às vezes, quando ela precisa sair com o idoso, tem carro bloqueando a garagem de sua casa.
“Semana passada eu fui lá no mercado pedir para anunciarem porque o meu pai teve que estacionar o carro uma quadra pra baixo de casa, e meu avô estava dentro. Eles ficaram mais de meia hora esperando e eu aqui, na frente, cuidando para que o motorista viesse tirar o carro e nenhum outro carro entrasse no lugar”, relata. “Está difícil para nós. É estressante”, completa.
Perigo para pedestres
O cenário fica ainda mais complicado no horário de pico, tanto no início da manhã, quanto no início da noite. O “entra e sai” de veículos em vagas próximas a mercado é intenso e, além da Avenida dos Cafezais ser muito movimentada, faltam locais de passagem de pedestres perto do supermercado – o que obriga pedestres a disputar lugar com motos, carros e ônibus. A faixa de pedestres mais próxima do supermercado fica a cerca de 230 metros.
Cláudio Viana, de 54 anos, também convive com a situação. Vizinho “de muro” do supermercado, mora no local há mais de 30 anos e conta que já precisou passar com o carro sobre a calçada por vários metros para conseguir guardar o carro porque havia um carro estacionado em frente à garagem.
“Isso acontece direto, principalmente sábado, dia de pagamento e domingo de manhã”, pontua.
