Após reunião realizada nesta quarta-feira (12), a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox, antiga varíola dos macacos, como emergência de saúde pública global. A decisão foi tomada em meio ao cenário da doença no continente africano, em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Vale lembrar que este é o mais alto nível de alerta da entidade.

Em coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos.

Em 2024, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.

“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.”

Anteriormente, o CDC África (Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano) havia declarado o cenário de mpox na região como emergência em saúde pública de segurança continental.

“Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes”, disse Tedros.

“Está claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas. Uma emergência em saúde pública de importância internacional é o mais alto nível de alarme na legislação sanitária”, concluiu.

Mato Grosso do Sul já foi um dos epicentros da doença

Após Mato Grosso do Sul ter sido um dos epicentros de casos de mpox, em 2022, o Estado tem passado por um momento de estabilidade, com nenhum caso da doença registrado desde março deste ano.

Em último contato com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), em junho deste, a atualização era de que o Ministério da Saúde não enviou mais doses do imunizante a MS, desde março de 2023. A reportagem acionou a secretaria para saber se há nova atualização, mas não houve retorno até a publicação. O espaço fica aberto para acréscimo de informação.

Segundo a SES, o Estado recebeu 332 doses da vacina MVA-BN Jynneos mpox, em março de 2023, que foram disponibilizadas aos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, que à época concentravam o maior número de casos da doença.

Primeira emergência foi em 2022

Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.

“Assim como com a covid-19, o fim da emergência não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a apresentar desafios de saúde pública significantes que precisam de resposta robusta, proativa e sustentável”, declarou, à época, o diretor-geral da OMS.

Sobre a mpox

A mpox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox virus do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, geralmente autolimitada, cujos sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas. O período de incubação do vírus é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

A pessoa infectada é assintomática no período de incubação. A manifestação típica é composta por manchas vermelhas, precedidas ou não de febre de início súbito e inchaço dos gânglios. Outros sintomas incluem dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão.

A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com lesões de pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, ou objetos recentemente contaminados, tais como toalhas e roupas de cama.

Também pode ocorrer por meio de gotículas que geralmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, tornando trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos pessoas com maior risco de infecção.

Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se forme.

Em caso suspeito da doença, é necessário realizar o isolamento imediato do indivíduo e coletar amostras clínicas em uma unidade de saúde. O rastreamento e monitoramento dos contatos dos casos suspeitos deverão ser realizados por no mínimo 21 dias.

*Com informações de Agência Brasil

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