Com termômetros marcando 35.8°C no Pantanal de Corumbá, a 425 km de Campo Grande, e umidade relativa do ar chegando a níveis super baixos, de 20%, há quem tenha aproveitado para se refrescar nas águas do Rio Paraguai na tarde desta quarta-feira (31).

Com o horizonte ainda com vários sinais de fumaça na cidade, Luani Batista, de 18 anos, levou crianças para se refrescar no rio, e contou ao Midiamax como o medo tomou conta nos últimos meses.

“A gente gosta de vir aqui, né? Que é a nossa cidade, tem esse ponto turístico aqui, tem o Cristo. Mas a gente prefere vir aqui por causa da água, pra molhar um pouco, sair um pouco de casa também, porque em casa também é abafado. Então a gente vem aqui tomar um pouco de ar também e trazer as crianças”, conta a jovem.

Luani, moradora de Corumbá (Alicce Rodrigues, Midiamax).

Ela conta que os incêndios e a rotina de fumaça dominando a cidade geraram vários efeitos no cotidiano da família. 

Efeitos da fumaça

“Senti (os efeitos) porque, como tem bastante criança em casa, né? E também tem as crianças que têm asma, a fumaça piora. Lá pra cima (da cidade), como eu moro lá pra cima, tem muita fumaça”, compartilha Luani.

Ela também conta que em dias mais críticos, o medo foi de que as chamas chegassem nas casas. “A gente fica até com medo de chegar na nossa casa, e a fumaça também é muito aterrorizante”, relata.

“Estava pegando fogo lá no morro esses dias, está acalmando ainda. Mas só que fica aquele cheiro nas roupas, não dá nem para lavar roupa, limpar a casa, porque a fumaça entra em casa”, explica.

Apesar da temporada difícil, Luani mantém o otimismo e espera dias melhores. “Se Deus quiser, vai passar. É só questão de tempo e uma chuvinha para acalmar esse tempo ruim aqui em Corumbá”, considera. 

O morador Everton Santos de Oliveira, de 35 anos, também mantém o pensamento positivo. Vivendo em Corumbá desde seu 1 ano de idade, compartilha que as ações dos governo federal e estadual podem ajudar.

Everton Santos, morador de Corumbá (Alicce Rodrigues, Midiamax).

Mesmo assim, a situação é preocupante. “Nunca na minha vida (uma situação assim). A seca que está acontecendo aqui do rio também. Porque aqui era até aqui de água”, diz ele, apontando para uma marca muito acima do nível atual do rio.

“Nunca vi o Pantanal pegando fogo do jeito que está agora. É triste, né? Uma cidade turística como Corumbá. Mas o governo está aí para resolver o problema, então tomara que ajude”, finaliza o morador.

Previsão do tempo para Corumbá

A torcida da população é para que chova. No entanto, de acordo com a previsão do tempo, não há estimativa de chuvas para os próximos dias na cidade. 

Pelo menos até domingo (4), segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as temperaturas podem atingir os 38°C, a umidade relativa do ar pode chegar a 15% e, no céu, predominam poucas nuvens com névoa seca.

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