Nem autuação da Prefeitura fez proprietário limpar terreno e moradores convivem com lixo e insegurança
Para andar no local, pedestres disputam o espaço da rua com os veículos que passam, já que a calçada está intransitável
Jennifer Ribeiro, Clayton Neves –
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O endereço é diferente, mas o problema é o mesmo encontrado em tantas outras regiões de Campo Grande: o lixão a céu aberto. No cruzamento da Rua Santa Helena com a Rua Guatemala, no bairro Vila Bandeirantes, moradores convivem com o excesso de lixo, o medo de contrair doenças e a insegurança há anos.
Quem quer andar na calçada não consegue. Além do lixo espalhado, o matagal toma conta de todo o entorno da quadra. Andando por lá é possível ver embalagens de marmitas descartadas, resto de eletrodomésticos e sofás. Para andar no local, pedestres disputam o espaço da rua com os veículos que passam.
O terreno é particular. Segundo os moradores, o proprietário já foi autuado quatro vezes pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), mas nem isso o fez buscar medidas que resolvem a problemática do local. A limpeza tão aguardada nunca foi feita.
“A gente tem que lidar com lixo, animais mortos, morador de rua que faz casa no terreno, porque tem gente que dorme aí. Temos crianças convivendo com a possibilidade de doenças, de ter contato com animais peçonhentos. Fizemos notificações na Semadur. Eles fizeram quatro autuações para o dono, mas ele não se importa. O problema não é nosso, mas temos que conviver”, aponta Juliano, morador do bairro.
Segundo ele, no terreno funcionava uma garagem de ônibus. Após fecharem o galpão, o local ficou abandonado. Com o tempo, pessoas em situação de rua começaram a entrar no local para dormir.
Moradores arcam com limpeza
No intuito de resolver o problema, moradores do bairro frequentemente se unem, fazem uma vaquinha e pagam para que a limpeza do local seja feita. Cansados de aguardar uma atitude do proprietário, eles esperam que a Prefeitura de Campo Grande possa olhar com mais atenção para a região.
“Eu moro aqui na esquina há dois anos e nunca vi esse terreno ser limpo. A gente paga caçamba com o dinheiro do próprio bolso. Mas a gente se preocupa, porque de madrugada é muita gente entrando e saindo desse terreno. Já fizemos todos os procedimentos que pedem, mas nada foi feito ainda”, afirma Fernando, outro morador do bairro.
Para ele, o local tem potencial para ser muito mais aproveitado pelos próprios moradores se uma praça fosse feita ali.
Falta de segurança
Isabel também é moradora do bairro e se preocupa com a precariedade do terreno e com a falta de segurança. Ela afirma que só este ano foi até a Prefeitura duas vezes para fazer a notificação.
Lá, foi informada de que uma equipe seria encaminhada ao local em 15 dias, mas nada foi feito. Indignada, ela conta que, inclusive, os próprios moradores do bairro costumam descer com carretinhas lotadas de podas de árvore e lixos, descartando irregularmente no terreno.
“Estamos passando por muitos problemas. Hoje mesmo arrebentaram a cerca elétrica da minha casa. Já que o dono não se importa, que a Prefeitura mande limpar aqui e cobre do proprietário, porque estamos tirando do próprio bolso, a gente divide os custos entre os moradores”, aponta.
O que diz a Prefeitura?
À reportagem do Jornal Midiamax, a Prefeitura respondeu, por meio da Sesau (Secretaria Municipal da Saúde), a respeito das reclamações sobre a vulnerabilidade a doenças que podem ser transmitidas ali, principalmente dengue.
Segundo a secretaria, houve contato com o serviço de vetores do município, mas não foi encontrada nenhuma denúncia ou reclamação referente ao local. Contudo, uma equipe do serviço será encaminhada até o endereço para realizar uma vistoria, com registros fotográficos, visando identificar e notificar o proprietário do imóvel.
A Secretaria orienta também que quando houver qualquer queixa por parte da população relacionado a imóveis abandonados, criadouros de mosquitos, animais sinantrópicos ou outros assuntos relacionados à saúde pública, é possível registrar a reclamação através dos telefones da Ouvidoria da Saúde, pelo 3314-9955 ou 0800 314 9955. Ao fazer esse registro, o munícipe poderá acompanhar a resolução da queixa através do número de protocolo que lhe é repassado.
Em um segundo contato com a Prefeitura, questionamos sobre as quatro autuações feitas ao proprietário do terreno e o que será feito já que elas não foram atendidas. Aguardamos uma devolutiva.
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