Qualidade do ar piora e atinge nível ‘muito insalubre’ em Mato Grosso do Sul

Monitoramento aponta para piora do ar no Estado, causada pelos incêndios florestais agravados na Bolívia

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
gases pantanal corumbá
Queimadas no Pantanal (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Há cerca de uma semana, o ar de Mato Grosso do Sul é classificado com insalubre em meio à seca extrema e fumaça decorrentes de queimadas. Em atualização desta quinta-feira (12), monitoramento do IQair aponta para uma piora do ar no Estado, passando de “insalubre” para “muito insalubre”. No caso, a condição se aplica à região oeste e parte da região sul de MS.

No mapa, é possível ver que as áreas destacadas em vermelho têm o ar classificado como “insalubre”, algo que predomina em quase todo o território sul-mato-grossense e locais fronteiriços. Enquanto isso, há, ainda, a área destacada em roxo, onde o ar se classifica como “muito insalubre”. Confira na imagem:

Reprodução: IQair

Bolívia em emergência nacional

A situação do ar piorou na região de Corumbá por causa da Bolívia, que atravessa uma crise climática devido aos incêndios florestais, o que levou o governo a declarar “emergência nacional” pelos efeitos negativos na qualidade do ar, um problema que se estende a outros países da região, como Brasil e Paraguai.

O Laboratório de Física Atmosférica da UMSA (Universidad Mayor de San Andrés), em La Paz, alertou que os incêndios estão gerando uma “catástrofe ambiental” com graves impactos na fauna, flora e na saúde da população.

De acordo com o relatório da UMSA, a fumaça acumulada na atmosfera pode inibir a chegada das chuvas, criando um “círculo vicioso” que prolonga as condições de baixa qualidade do ar. As queimadas, concentradas no leste do país, já afetaram mais de 4 milhões de hectares, segundo fundações privadas, como a Tierra. No entanto, o governo estima o total em cerca de 3,8 milhões de hectares.

Nos últimos dias, cidades como Santa Cruz, Cochabamba, La Paz e Cobija foram cobertas por uma densa camada de fumaça, levando as autoridades a alertar sobre os efeitos prejudiciais à saúde pública.

Clima pior que o do Saara

Nas últimas semanas, Mato Grosso do Sul tem encarado condições climáticas mais críticas que as do deserto do Saara. Com as altíssimas temperaturas, a umidade relativa do ar bem abaixo do indicado e uma fumaça densa totalmente prejudicial à saúde encobrindo as cidades, respirar se tornou uma tarefa quase impossível.

A título de comparação, a população sul-mato-grossense enfrenta condições piores que a do Saara. Nas últimas semanas, o deserto do Saara registrou índices de umidade acima de 36%, segundo informações do MetSul, enquanto alguns locais de MS registou umidade do ar de 7%.

Quando chove?

Em meio à baixa umidade do ar, onda de calor e ar poluído pela fumaça dos incêndios florestais, uma pergunta prevalece: quando chove em Mato Grosso do Sul? Conforme a previsão dos principais órgãos de meteorologia, estima-se que, ao longo do mês, possam ocorrer chuvas significativas, mas apenas no sul do Estado.

Enquanto isso, quando pensamos em chuva a curto prazo, o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS) aponta a probabilidade de chuva no fim de semana. Entretanto, o órgão não estabelece previsão exata ou precipitação esperada.

Conforme divulgado, haverá mudanças no tempo devido ao avanço de uma frente fria aliado ao intenso transporte de calor e umidade, juntamente com a atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica no Paraguai.

Esses sistemas meteorológicos deverão favorecer aumento de nebulosidade, probabilidade para chuvas e queda nas temperaturas, com destaque para as regiões sul, sudeste, central, sudoeste e oeste do Estado.

A partir de quinta-feira (12), a previsão indica tempo firme com sol, porém com o aumento de nebulosidade, principalmente na metade sul e oeste do Estado. Em relação às temperaturas, são previstas mínimas entre 21-24°C e máximas entre 34-39°C para as regiões sul, sudeste, bolsão e leste. Ou seja, o calorão ainda prevalecerá, mas talvez a onda de calor vá embora.

Nas regiões pantaneira, sudoeste e norte esperam-se mínimas entre 22-27°C e máximas entre 35-40°C. Em Campo Grande, mínimas entre 23-25°C e máximas entre 35-37°C.

Recordes de baixa umidade

Neste mês de setembro, um dos mais secos e quentes do ano, quatro cidades de Mato Grosso do Sul bateram recorde com as menores umidades relativas do ar, com a mínima de 7%, informou o Inmet, em balanço divulgado nesta semana.

Conforme os dados, o recorde de 7% foi registrado em Coxim, Paranaíba, Sonora e Três Lagoas, em diferentes datas desses primeiros dez dias do mês.

Na sequência desses locais, também houve umidades do ar extremamente baixas em outros municípios, a exemplo de Água Clara, Costa Rica e Porto Murtinho, com 8%. Na lista, Campo Grande aparece em um cenário menos pior, com recorde de 10% registrado nesses primeiros dias de setembro.

Siga o Jornal Midiamax nas redes sociais

Você também pode acompanhar as últimas notícias e atualizações do Jornal Midiamax direto das redes sociais. Siga nossos perfis nas redes que você mais usa. 👇

É fácil! 😉 Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

💬 Fique atualizado com o melhor do jornalismo local e participe das nossas coberturas!

Conteúdos relacionados