Ministério Público fiscaliza comunidade terapêutica e libera pacientes em Campo Grande

Pacientes afirmam que eram submetidos a trabalhos sem remuneração

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Ação do MPMS
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​Em vistoria realizada na manhã desta terça-feira (3), equipes do MPF (Ministério Público Federal), Vigilância Sanitária e da Polícia Civil estiveram no Espaço Terapêutico Fazendinha, localizada no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande. Durante a ação, o MPF liberou pacientes que supostamente eram mantidos a força no local.

As equipes chegaram à clínica logo após o café da manhã e iniciaram uma vistoria. Ao entrarem no estabelecimento, solicitaram que todos os pacientes que estavam no local contra vontade saíssem. A esposa de um dos pacientes, que preferiu não se identificar, relatou que internou seu marido na clínica há menos de 24 horas devido ao vício.

“Conversei com o pessoal do Ministério Público e eles me disseram que houve denúncias de pessoas sendo mantidas aqui contra vontade. Isso não pode ocorrer, pois se trata de um centro de apoio. Eu trouxe meu marido para cá após verificar com a Vigilância Sanitária, e o local estava regularizado”, explicou.

Ação do MPMS
Pacientes saindo da clínica (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Outro paciente, que estava do lado de fora da clínica, relatou que não houve esclarecimentos, apenas a oportunidade de deixar o local. Ele destacou que preferiu ir embora, pois era submetido a trabalhos sem remuneração.

“Não tinha combinado nenhum. Estou aqui há dois meses, eu trabalhava na parte de monitoria, mas todo mundo trabalhava. Pagava normal e ainda trabalhava sem remuneração”.

Paciente afirma ter sofrido maus-tratos

Wennity dos Santos estava há três meses no local, e afirma que os pacientes eram não só submetidos a trabalho forçado, mas sofriam maus-tratos. Ela explica que após o café da manhã, todos iam para a ‘laboterapia’, onde faziam trabalhos.

“Diziam que a gente tinha armário, mas era só uns paletes. Tínhamos que seguir as regras da clínica, se não seríamos punidos. Tive um desentendimento com outro paciente e me deram ‘protocolo duplo’. Fiquei dois dias dormindo, urinei na cama, e me traziam comida pela janela, tinha até bichos na comida”, contou.

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