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Cotidiano

Mesmo com sensação térmica negativa em Campo Grande, 35 pessoas em situação de rua recusam acolhimento

No último sábado (13), um homem morreu por suspeita de hipotermia, mesmo assim a recusa de acolhimento ainda é grande
Lethycia Anjos -
Pessoas em situação de rua
(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Pelo centro de , o cenário é sempre o mesmo: basta as temperaturas despencarem para ser possível observar pessoas em situação de rua andando sob cobertores. Na última madrugada (14), a temperatura chegou a 9.8 °C, com sensação térmica de -1,7 °C. Apesar do frio, 35 pessoas em situação de rua recusaram acolhimento, enquanto apenas cinco aceitaram ir para abrigos.

Desde o dia 20 de maio, início da frente fria, a Secretaria de Assistência Social (SAS) intensificou a busca ativa para identificar e acolher pessoas em situação de vulnerabilidade. No entanto, nem sempre a população aceita o acolhimento.

Em nota, a SAS informou que, entre as 6h da manhã de sábado (13) e as 5h da manhã deste domingo (14), ocorreram 40 abordagens, das quais apenas cinco pessoas aceitaram acolhimento. Nos casos de recusa, foram entregues cobertores.

Na madrugada de sábado (13), Campo Grande registrou a menor temperatura do ano, -4 °C. No mesmo dia, a SAS realizou 22 abordagens por meio de busca ativa, sendo que 11 pessoas aceitaram acolhimento e outras 11 recusaram.

Em dias frios, as abordagens se concentram principalmente na região central, como as imediações da antiga rodoviária, viadutos, praças e espaços públicos, locais onde as pessoas em situação de rua costumam se abrigar. Além disso, a SAS ressalta que as equipes de abordagem recebem cobertores para entregar às pessoas que recusam o acolhimento; na última abordagem, foram distribuídos 12 cobertores.

Como ajudar pessoas em situação de rua

Frio
Campo Grande amanheceu coberta de neblina (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Em tempos de frio, o Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) atende às demandas da população e realiza buscas ativas por meio de equipes que se revezam em turnos nos sete dias da semana. As abordagens e oferta do serviço de abrigos ocorrem 24 horas por educadores sociais e psicólogos.

“Nas unidades de acolhimento oferecemos quatro refeições diárias, elaboradas por nutricionistas da SAS, há alojamentos individuais para grupos familiares, além de atendimento, assistência psicossocial e trabalho integrado com as demais pastas da gestão pública”, afirma a SAS.

Para acionar as equipes, a população pode entrar em contato pelos telefones (67) 99660-6539 ou 99660-1469, que funcionam de forma ininterrupta. Ao receber a informação por meio do telefone celular, as equipes sediadas no Centro POP vão até o endereço indicado para oferecer o acolhimento.

No local, as equipes elaboram um relatório sobre a situação do usuário, caso esteja no ponto indicado. Independente de localizar a pessoa, a equipe faz uma devolutiva para quem acionou o serviço.

O acolhimento também ocorre por meio da busca ativa em diversos pontos da área central, viadutos e próximo ao antigo terminal rodoviário. O objetivo é convencer a pessoa a sair das ruas, contudo, há uma parcela que recusa o atendimento, na maioria das vezes devido ao uso de substâncias psicoativas.

Conforme a SAS, as recusas de atendimento são um direito garantido pela Constituição Federal. Nesses casos há entregas de cobertores, mas as equipes retornam nos mesmos pontos com abordagens diferenciadas, a fim de reforçar a oferta do acolhimento.

Morte por hipotermia

Morador em situação de rua dormia em oficina
Morador em situação de rua dormia em oficina (Ana Laura Menegat/Midiamax)

Na manhã de sábado, um homem em situação de rua encontrado morto nas Moreninhas, em Campo Grande, após o município registrar a madrugada mais fria do ano, com sensação térmica de -4ºC.

Conforme o boletim de ocorrência, registrado da Depac-Cepol, a princípio, o caso foi classificado como morte natural, enquanto aguarda resultado dos exames laboratoriais da perícia. Contudo, para os ‘vizinhos’ que acolheram o homem, a morte decorreu de hipotermia.

Ao Jornal Midiamax, um morador da região disse que o homem costumava dormir no parque Jacques da Luz. “Nessa última ele veio para cá”, lembrou.

Uma oficina mecânica abrigava o morador em situação de rua. Quem mora na região se solidarizou com o homem e acabaram fazendo um ‘refúgio’. “Ele tinha um colchão que eles deixaram ali [oficina mecânica]”. Além disso, o local possuía roupas e cobertores.

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