As placas de aviso fixadas pelos terminais de ônibus de Campo Grande lembram que é proibido o uso de derivados do tabaco em ambientes total e parcialmente fechados, sejam privados ou públicos. Apesar da Lei Antifumo que sustenta a proibição, a norma é ignorada diante de responsáveis pela fiscalização. E assim, os cantinhos mais afastados são os espaços preferidos dos fumantes.

A situação se repete todos os dias nos terminais de ônibus de Campo Grande e ainda que com a presença de Guardas Civis Metropolitanos, ou fiscais da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano).

“É assim todos os dias e em todos os terminais. Mesmo tendo a placa e proibição tem muita gente fumando e com anuência dos fiscais. É muito desrespeito, nos terminais e com a população geral”, diz um leitor do Jornal Midiamax.

Layane Borges, usuária do transporte coletivo, diz que a situação é comum. “Eles ficam naquela faixa pequena, mais próximas das grades. Coloca inclusive em risco a vida deles porque fica num espaço pequeno, dividido entre eles e os ônibus. Nunca vi ninguém ser repreendido, ou orientado porque estava fumando”, relata.

Conforme usuários de transporte coletivo, até mesmo cigarros eletrônicos, quem têm venda proibida no Brasil, são utilizados nos terminais.

Placa alerta sobre proibição em terminais de ônibus (Foto: Ana Laura Menegat, Midiamax)

O que diz a Agetran

Procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax, a Agetran destaca a proibição do uso de cigarros, determinada na Lei Antifumo (nº9.294/96), de 15 de julho de 1996, que foi reforçada pela Lei Nº 12.546, sancionada em 11 de dezembro de 2011, e pelo Decreto n. 2.018/1996, que regulamenta a proibição.

Em nota, a pasta também explica que a determinação é para lugares fechados, sejam eles públicos ou privados. Entretanto, o decreto que regulamenta a regra considera fechado qualquer espaço, seja público ou privado, que tenha algum tipo de cobertura, ou fechamento em um dos lados do ambiente, o que incluí tetos e toldos.

A Agetran também afirma que quando um fumante é flagrado por um fiscal ou por GCM (Guarda Civil Metropolitana) fumando nos terminais de transbordo, ele é orientado sobre a proibição.

Tabagismo

Conforme dados do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o uso do tabaco é líder global entre as causas de mortes evitáveis.

A última pesquisa divulgada em 2023 também mostra que Campo Grande é a terceira cidade do país com maior quantidade de fumantes adultos. O percentual é de 12,5%.

Quem deseja ajuda para parar de fumar, pode procurar tratamento gratuito oferecido em 25 Unidades de Saúde da Família, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e disponibilizado em três locais da atenção especializada.