Menos de 24 horas após ser finalizado, mural é pichado em viaduto da Avenida Ceará

O mural levou quatro dias para ficar pronto, mas amanheceu pichado neste sábado

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Mural do tatu-canastra
Mural levou quatro dias para ser finalizado (Divulgação, ICAS)

Em menos de 24 horas após sua finalização, o novo mural localizado no viaduto Pedro Chaves dos Santos, no cruzamento da Rua Ceará com a Avenida Ricardo Brandão, amanheceu pichado na madrugada deste sábado (28), em Campo Grande.

A obra, que retrata um tatu-canastra ao lado de um tamanduá-bandeira, pintada por um artista de São Paulo, a convite do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), levou cerca de quatro dias para sua conclusão.

Mural do tatu-canastra
Mural após pichação (Divulgação, ICAS)

Em nota de repúdio, o Instituto lamentou o ocorrido e destacou que o mural tinha o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância da preservação dessas duas espécies ameaçadas de extinção.

“A obra finalizou no dia 27 de setembro, mas, infelizmente, nesta madrugada, o mural, realizado com a devida autorização do órgão responsável, Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), amanheceu intencionalmente danificado”, diz a nota.

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Uma publicação compartilhada por ICAS-Projeto Tatu-canastra/Giant armadillo Conservation Program (@projetotatucanastra)

‘Valorizamos o movimento de arte urbana’

A pichação teria ocorrido como forma de resposta após o mural cobrir as pichações anteriores. Contudo, o ICAS comprovou por meio de imagens que o local disponibilizado já estava pintado de cinza antes do mural iniciar. O instituto ressaltou que respeita e valoriza o movimento de arte urbana e afirmou que, em nenhum momento, teve a intenção de sobrepor ou apagar a história de artistas locais.

Para evitar problemas, o instituto entrou em contato com a Sectur e apresentou a proposta do mural. Assim, a Secretaria, juntamente com sua equipe, indicou os melhores locais para a realização da obra. “A prefeitura nos cedeu o espaço e concedeu a autorização para a realização do grafite”, esclareceu.

Além disso, o Instituto explicou que a gestão municipal já havia demonstrado a intenção de revitalizar o local, razão pela qual a própria prefeitura cobriu a parede com tinta cinza.

“Quando fomos solicitar a autorização e pedir um local, esclarecemos para eles que precisaríamos de um local limpo e sem pichações. Pedimos isso justamente em respeito a esta conduta entre artistas de ruas de ‘não atropelar’ ninguém”, afirmou o ICAS.

Mural do tatu-canastra
Local antes de receber o mural e após ser pintado pela Sectur (Divulgação, ICAS)

‘Estamos profundamente tristes’

O Instituto reiterou seu repúdio ao ato que considera vandalismo e destacou que o artista escolhido tem um trabalho associado à conservação do tatu-canastra.

“Estamos profundamente tristes com toda essa situação e reafirmamos nosso compromisso com o diálogo e a construção conjunta de soluções. Estamos dispostos a trabalhar de forma colaborativa com todos os artistas e agentes culturais para fortalecer a cultura local e preservar nossa rica biodiversidade”, finaliza a nota.

As imagens do mural pichado também estão divulgadas pelo perfil ‘Campão Graffiti’. Na publicação, a página informou que as imagens chegaram de forma anônima.

“Recebemos essa mensagem hoje às 05 h da manhã anônima e como nossa página é democrática vamos divulgar o que acontece em Campo Grande. O perfil não apoia o vandalismo, mas também não ficamos parados”, disse.

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Uma publicação compartilhada por Campão Graffiti (@campaograffiti)

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