Mato Grosso do Sul fecha junho com aumento de 806% nos focos de incêndios

Corumbá é o município com mais queimadas acumuladas no Brasil em junho

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Incêndios na BR-262, em Corumbá (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O mês de junho foi tenebroso quando o assunto é focos de incêndio, que atingem principalmente o Pantanal sul-mato-grossense. O Estado fechou com aumento de 806% de focos do incêndio em junho em comparação a maio.

De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), junho terminou com acumulado de 2.737 casos contra 302 em maio. Como o Jornal Midiamax tem mostrado nas últimas semanas, 74% desses focos de incêndio são em Corumbá, no Pantanal.

Neste ano, ONGs e autoridades governamentais se preparavam para um pico de incêndios apenas a partir de agosto. Porém, a intensidade e quantidade que o fogo e a seca atingiram em junho pegou algumas pessoas de surpresa.

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Fumaça dos incêndios cobre Corumbá (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

No pódio do Brasil, Corumbá nunca saiu do primeiro lugar. A Cidade Branca é o município com mais queimadas acumuladas no país em junho, acompanhada por Porto Murtinho (324) e Poconé, no Mato Grosso (254).

No recorte estadual, depois de Corumbá e Porto Murtinho, Aquidauana vigora como o terceiro município com mais queimadas, com 95 focos. As demais cidades acumularam menos de 34 focos de incêndio em junho.

Pantanal em chamas

Na última sexta-feira (28), as ministras Marina Silva e Simone Tebet cumpriram agenda em Corumbá. Em coletiva, Marina afirmou que o Governo Federal antecipou medidas que tomariam apenas a partir de agosto.

As ministras e Eduardo Riedel realizaram uma reunião técnica para tratar sobre o Pantanal. Ao final da apresentação técnica, o governador fez requisições às ministras, por exemplo, de projeto no valor de R$ 50 milhões para combate aos incêndios.

Marina frisou que há um trabalho de diversos ministérios sendo feito para combater o fogo no Pantanal, unindo esforços e recursos para uma resposta eficaz e coordenada.

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Área queimada (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

A ministra do Meio Ambiente pontuou, após a reunião, que 85% dos incêndios estão em propriedades particulares. “Nós temos uma responsabilidade sobre as Unidades de Conservação federais, mas, neste momento, dos 27 grandes incêndios, o Governo Federal está agindo em 20, mesmo não sendo da nossa competência, porque o fogo não é estadual, não é municipal, o fogo é algo que destrói a vida e cria prejuízos econômicos, sociais e ambientais”, garantiu Marina.

Os governos estaduais decretaram a proibição definitiva de manejo de fogo até o final do ano, inclusive para atividades de renovação de pastagem. “Serão responsabilizados, nos termos da lei, qualquer incidente ou incêndio criminoso no Pantanal. Isso é tão importante quanto o orçamento”, expôs a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

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Queimada na BR-262 (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Realidade do Pantanal

No dia 21 de junho, a reportagem do Midiamax presenciou as chamas altas que consumiam as margens da BR-262, ao se despedir da cidade branca. Passados seis dias, o Pantanal ainda queimava. Os incêndios naquela região começaram no final de maio e agora combatentes lutam para controlados. A natureza já não é mais a mesma.

O bioma acumula mais de 600 mil hectares consumidos pelas chamas em 2024. Agora, o clima tem ajudado, já que a chegada de uma frente fria, mesmo ainda não trazendo chuva, elevou a umidade na região, auxiliando no combate.

Mesmo assim, o cenário de destruição vai até onde os olhos não alcançam. Imagens aéreas mostram devastação de incêndios nas margens da BR-262, em Corumbá.

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Fumaça dos incêndios vista da cidade (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

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