Levantamento mostra como três incêndios isolados se juntaram e devastaram cerca 300 mil ha no Pantanal

As chamas atravessaram a Estrada Parque Pantanal, a rodovia federal BR-262, chegando a 4 mil km de Porto Esperança

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Fogo em Corumbá (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Estudo divulgado pelo Ecoa (Ecologia e Ação) mostra como três focos de fogo, iniciados nos dias 2, 20 e 22 de junho, se tornaram incêndios, que, ao longo do mês de junho, devastaram cerca de 300 mil hectares na região do Pantanal.

Inicialmente, as chamas atravessaram a Estrada Parque Pantanal, a rodovia federal BR-262, chegando a 4 mil km de Porto Esperança, a jusante de Corumbá, onde vivem 48 famílias às margens do Rio Paraguai.

O informativo pontua que dados do Firms (Fire Information for Resource Management System), da Nasa, com cálculos aproximados, indicam esses os pontos iniciais dessas datas.

Efeitos do clima pioraram os incêndios

Conforme um dos especialistas do Ecoa, Fernanda Cano, o levantamento mostra que elementos naturais climáticos foram fundamentais, dentre eles a seca severa.

Outro fator foi o volume de ventos fortes, que alastraram mais ainda o fogo. O vento Norte variou em 30 e 40 km/hora em alguns períodos.

Ao longo do mês, o município de Corumbá, onde ocorrem os maiores incêndios deste ano, teve 0 mm de chuva no mês de junho, algo que piorou mais ainda as condições climáticas.

O informativo pontua que a maior questão em aberto, no momento, é quem ou o que provocou o foco original. Quanto a isso, investigação do Ministério Público está em andamento.

Focos se espalharam em dezenas

Outro levantamento, divulgado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) nesta quarta-feira (3), em ação conjunta do órgão com a PMA (Polícia Militar Ambiental) constatou que os pontos geraram 14 grandes incêndios.

O levantamento ainda mostra que o fogo atingiu 177 propriedades rurais, uma Terra Indígena e três Unidades de Conservação. Além disso, o fogo atingiu 39,28 hectares do território boliviano.

A estimativa é que os números tendem a crescer, pois alguns dos incêndios investigados ainda não foram totalmente contidos. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Corumbá ainda tem 25 focos ativos nas últimas 24 horas.

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