Filho de um dos pioneiros a adquirir um loteamento no Nasa Park, que fica entre Campo Grande e Jaraguari, e que presenciou o triste episódio do rompimento da barragem, nesta terça-feira (20), denuncia que o proprietário do lago, que não pertence ao loteamento apesar de ficar nele, impôs condições para o uso do local, como “day use”.

No entanto, algumas regras acabavam sendo desrespeitadas pelos moradores, que invadiam rotineiramente o lago para uso sem permissão. O uso era permitido após o pagamento de um boleto mensal de R$ 400, no qual o jet ski do proprietário já era vinculado e, assim, garantia o livre acesso ao local.

‘Atrativo’

Durante a negociação para venda dos loteamentos, a empresa privada falava do lago apenas como “um atrativo”. No entanto, muitos moradores passaram a fazer uso do lago, o que pode ter agravado ou ocasionado o incidente ambiental, cujas imagens impressionam pelo rápido estrago causado pela água, invadindo residências da região rural e a BR-163.

“Lá não é um condomínio e sim um loteamento. E a questão do lago sempre foi uma briga muito grande, até que estabeleceram uma taxa de uso, igual esses pesque e pague que existem por aí. As casas, no entorno do lago, inclusive, tinham uma escadinha com acesso direto, na beirada ali, só que o lago pertence a esta empresa. Ela é a dona do lago e eles retiraram essas escadas. Se quiser usar, tem que pagar a taxa”, diz o denunciante, que prefere não se identificar.

lago seco
Imagens aéreas mostram lago seco (Defesa Civil)

Neste caso, ele diz que é cobrada uma taxa administrativa e um boleto é enviado ao dono do loteamento. “O boleto já é com a matrícula do jet ski. Eles anotam o número e cobram ou o day use ou esse boleto mensal de R$ 400. O lago é um plus ali, e só se usa ele pagando”, argumentou.

Outra questão, conforme o denunciante, é que o local pertence ao município de Jaraguari e os moradores pagam somente IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

“Ali não tem boleto de condomínio porque não é um condomínio e sim um loteamento. É igual aqui, quem mora no entorno do Atlântico e tem um terreno nas proximidades, também usa”, finalizou.

O Jornal Midiamax tentou contato com a empresa que administrava o lago, agora seco, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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