Indígena é ferido em ataque armado em terra retomada em Douradina

Também há relatos nas redes sociais de ataques a indígenas em Iguatemi e Naviraí

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Força Nacional prendeu atiradores e apreendeu a caminhonete (Reprodução, Redes Sociais)

Um indígena ficou ferido novamente em um ataque à mão armada na Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em Douradina. A tensão começou no local há quase um mês e outro indígena também foi ferido por tiro de arma de fogo logo no início da retomada.

Os povos originários denunciaram que dois pistoleiros em uma caminhonete abriram fogo contra as famílias indígenas na manhã desta quinta-feira (1º). A Equipe da Força Nacional, que está no local desde meados de julho, prendeu em flagrante os atiradores.

Além disso, na caminhonete usada foram encontradas várias armas de fogo. Segundo a liderança Celso Kaiowá, a vítima foi atingida na região do pé e não corre risco de morte. Além da TI Panambi – Lagoa Rica, há relatos nas redes sociais de ataques em Iguatemi e Naviraí.

No local, fazendeiros e indígenas montaram acampamento na terra retomada. A Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares desde 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado por conta de medidas que tentam instituir a tese do Marco Temporal.

A atual vigência da Lei 14.701, que institui a tese do marco temporal, e a morosidade do Estado tem gerado o sentimento de revolta nos povos originários.

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Reivindicação dos indígenas vai além de terras

As reivindicações dos indígenas em MS vão além da antiga busca pela retomada do território ancestral. A comunidade também objetiva a cessão da pulverização de agrotóxicos pelos produtores rurais que, segundo eles, são constantemente despejados a poucos metros das casas e nascentes das quais fazem o consumo da água.

“Após ouvir o relato da comunidade, o MPF se deslocou para a sede da propriedade rural apontada pelos indígenas como responsável pela organização do ataque e retirada. A Polícia Federal acompanhou o trabalho”, informou o MPF (Ministério Público Federal), que atua no local de conflito.

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