A fazenda Caiman, renomada pela conservação ambiental e ecoturismo, decidiu fechar as portas para visitantes por dois meses após ter 80% do seu território queimado. A propriedade rural localizada no Pantanal de Miranda também abriga uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), de 5,6 mil hectares.

Em nota publicada nas redes sociais, a fazenda Caiman anuncia que teve 80% do seu território de 53 mil hectares, consumidos pelas chamas. Os incêndios florestais atingiram a propriedade no último fim de semana, apesar dos esforços da unidade e brigadistas em evitar que as chamas chegassem ao local.

“Este episódio de força avassaladora, somado a um incêndio ocorrido em julho, resultou na queima de pelo menos 80% da nossa área, uma verdadeira calamidade”, diz a nota, que atrela a ocorrência mais frequente de incêndios às mudanças climáticas.

A propriedade, que abriga mais de 500 espécies de mamíferos e 350 de aves, oferece diversas atividades de turismo de contemplação, entre Safari, Canoa Canadense, Cavalgada e Onçafari. A previsão de reabertura da unidade para o turismo é em 29 de setembro e, durante os dois meses de pausa, a administração da unidade deve se concentrar em reconstruir o que foi consumido pelas chamas.

“Estamos a todo vapor ao lado de biólogos, cientistas e outros especialistas para implementar iniciativas que recuperem áreas e espécies prejudicadas. Também vamos aproveitar o momento para concretizar algumas melhorias na nossa estrutura. O Pantanal não cansa de nos mostrar sua capacidade de se transformar e é ela que nos move a seguir em frente”.

Incêndios avançam pelo Pantanal

Os incêndios florestais seguem avançando pelo Mato Grosso do Sul. Em apenas seis dias de agosto, são 2.143 focos de queimadas registrados no Estado, sendo 466 em um único dia.

Para se ter uma ideia da gravidade, em todo o mês de julho deste ano foram registrados 1.419 focos de queimadas no Estado. Em junho, foram 2.737 focos de incêndio no Estado, segundo dados do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).

O trimestre de agosto a outubro é considerado o mais crítico para a incidência de incêndios florestais, devido às condições climáticas, como a seca, ventania e calor.

Fogo ameaça Projeto Jaguatiricas

As chamas seguem ameaçando a Fazenda San Francisco, onde ocorre o Projeto Jaguatiricas, próximo ao município de Miranda. Na segunda-feira (5), equipes do Corpo de Bombeiros estiveram na reunião, mas o fogo segue avançando.

Apesar dos esforços iniciais, o foco acabou se expandindo e atingiu a margem da rodovia BR-262. A equipe está redobrando os esforços para conter o avanço das chamas.

O fogo se aproximava da área desde o fim da semana passada, mas no domingo as chamas atravessaram o Rio Miranda e invadiram a área da Fazenda San Francisco. Devido à intensidade do fogo, aliado ao calor, baixa umidade e vento, as chamas se alastraram rapidamente e seguem avançando.