Incêndio devasta área, causa medo e mata animais no Jardim Noroeste
Comunidade é feita de construções improvisadas de madeira e lona, que pegam fogo muito rápido
Liana Feitosa, Clayton Neves, Karina Campos –
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Incêndio de grandes proporções atinge desde o domingo (8) uma área localizada na região do Jardim Noroeste, ao lado do antigo lixão de Campo Grande. Nesta segunda-feira (9), moradores se uniram a bombeiros na tentativa de proteger casas da comunidade Nova Esperança.
Aflitos, moradores da comunidade dizem que “não aguentam mais tanto fogo”. Se considerada a área em linha reta, é possível visualizar mais de 2 km de vegetação já consumida pelas chamas.
“Na Rua Acuri com a Rua da Conquista está pegando fogo ‘lá tudo’, quase atingindo os barracos. O povo do meu grupo ‘tá’ tudo desesperado, vou demorar para chegar, mas o povo lá conseguiu chamar o bombeiro”, compartilha Gislaine Silva Santos, que mora na comunidade há 3 anos.
Ela conta que as pessoas estão deixando os barracos, mas sentem medo de terem as casas improvisadas furtadas ou ocupadas por outras pessoas.
Improviso e medo
“Moro há 3 anos lá à espera de uma moradia. Toda vez é isso, temos que correr. Já estamos cansados de ver essa situação, precisamos de uma moradia melhor”, apela a moradora.
Devido à extensão das chamas e ao tamanho do terreno, o Corpo de Bombeiros não consegue combater as chamas em toda a área. Por isso, o foco está sendo a preservação das moradias e das vidas.
A população da região relatou ao Midiamax que, neste domingo, bombeiros foram ao local por volta das 18h para realizar um combate inicial. A situação foi controlada.
No entanto, nesta segunda (9), os focos de incêndio voltaram. A impressão que se tem é que as chamas partiram da região do macroanel, intersecção entre a Avenida Ministro João Arinos e a BR-163.
Neste momento, o Corpo de Bombeiros está com duas equipes no local e vão permanecer até que a situação se estabilize.
O fato da comunidade ser formada de construções improvisadas de madeira e lona, que pegam fogo muito rápido, preocupa bastante.
Jocemiro Bispo, morador da região, não reside na comunidade, mas levou um soprador para o local para ajudar no combate às chamas.
Morte de animais
A queimada também atinge os animais. Na região existem muitos preás, e vários moradores relataram terem visto diversos desses mortos no meio da vegetação queimada. Outros, foram vistos correndo das chamas.
Bispo conseguiu resgatar dois, que estavam feridos pelas labaredas. Um deles, no entanto, não resistiu.
Construção de aceiro
Janice Maria Peixoto, que mora na comunidade, está preocupada com a aproximação do fogo ao barraco dela.
Imaginando que um incêndio poderia ocorrer, ela construiu um aceiro na semana passada, que ajudou a impedir a chegada das chamas em sua casa.
Pela manhã, ela recebeu orientações sobre o uso desse recurso. De acordo com os bombeiros, os aceiros devem ter de 20 a 30 metros de largura para garantir uma segurança mais reforçada contra as labaredas.
“Eu já estava vendo que o mato estava muito seco. Como sei que o pessoal coloca fogo, decidi limpar. Não vou esperar o fogo pegar na minha casa, não”, afirmou.
Ela mora no local há cerca de 1 ano e essa foi a primeira vez que viu uma situação como essa.
Outros moradores se ajudam como podem, carregando baldes d’água e jogando na vegetação na tentativa de evitar que o fogo se alastre.
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