No centro de Campo Grande, os resquícios de uma construção que remetem há décadas passadas chamam a atenção de quem passa pelo cruzamento das ruas Pernambuco com 25 de dezembro. Hoje abandonado, o prédio, tomado por lixo e entulhos, tem gerado transtornos aos moradores e comerciantes que precisam conviver com a situação insalubre do imóvel.

O prédio de esquina, que há anos acomodava confortavelmente uma família inteira, hoje se encontra sem paredes, telhado e pisos. Mesmo assim, o que restou dos sete cômodos ainda serve de abrigo para pessoas em situação de rua e dependentes químicos. Ao redor, árvores centenárias e o mato alto ainda testemunham a degradação do local.

Promessas de reforma

Árvores centenárias
Árvores centenárias (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Segundo moradores e comerciantes da região, após a morte do antigo dono, a casa foi vendida para uma escola, mas nunca foi utilizada. Posteriormente, um novo comprador anunciou que o local abrigaria uma nova sede da Caixa Econômica Federal, mas desde então, o prédio segue em completo abandono.

Uma mulher, que preferiu não se identificar, relatou que trabalha para o atual dono do imóvel. Segundo ela, o prédio está abandonado devido a entraves entre o proprietário e a prefeitura de Campo Grande, que impedem a retirada das árvores centenárias para dar início às obras.

Entulhos na parte interna
Entulhos na parte interna (Alicce Rodrigues, Midiamax)

“Está parado por conta dessa briga judicial. Como as árvores são antigas, não podem simplesmente retirarem. Chegaram a oferecer o replantio de 100 árvores para cada uma derrubada, mas não autorizaram”, diz.

Na tentativa de evitar que pessoas em situação de rua ocupassem o local, o proprietário ordenou a retirada do telhado. Mesmo assim, restos de comida, roupas e objetos pessoais continuam a se acumular no imóvel.

Árvore sinalizada
Árvore sinalizada (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Ao todo, quatro árvores de grande porte se espalham pela calçada e pelo interior do terreno. Uma delas apresenta descamações no tronco e pontas secas, indicando uma possível doença. Além disso, essa árvore está sinalizada com o número 1, marcado com tinta vermelha.

Comerciantes relatam insegurança constante

Casa abandonada
Estrutura mostra o que restou da casa (Alicce Rodrigues, Midiamax)

O comerciante Eduardo Jorge Guimarães relata que há anos os moradores e trabalhadores da região precisam conviver com a situação insalubre do local, o que afasta os clientes.

“Essa situação poderia estar pior. O que mais preocupa é a movimentação de pessoas; sempre vejo gente entrando e saindo. Tenho medo de que pessoas mal-intencionadas possam se esconder ali”, afirma.

Lixo espalhado no local
Lixo espalhado no local (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Eduardo Jorge fecha seu estabelecimento por volta das 21h e retorna às 4h da manhã para reabri-lo. Como esse horário costuma ser muito escuro, o comerciante relata a insegurança constante por ter que trabalhar próximo ao local.

“Sempre vejo movimentações por ali; algumas pessoas chegam a dormir no local. Tenho receio, mas nunca aconteceu nada comigo nem com a loja”, diz outra comerciante, que preferiu não se identificar.

Imagens do Google Street View mostram que, até 2011, parte do terreno abrigava um pequeno bar. Mais recentemente, em 2023, o local estava cercado por tapumes, mas esses já não estão mais presentes.

Imagens antigas do local
Imagens antigas do local (Divulgação, Google)

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande para questionar a situação do local, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto a manifestação.

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