Grupo de voluntários realiza atendimentos de saúde em comunidades isoladas do Pantanal de MS

Moradores têm sofrido com faringite, problemas respiratórios e ardência nos olhos por causa da fumaça das queimadas

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Atendimento no Pantanal (Foto: Divulgação IHP)

Cerca de 30 moradores das comunidades Barra do São Lourenço e Aterro do Binega, na região de Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, receberam atendimentos de saúde oferecidos por equipe de voluntários. Os moradores têm sofrido com casos de faringite, problemas respiratórios e ardência nos olhos por conta da quantidade de fumaça e fuligem registrada nesses territórios neste mês de outubro. 

A equipe classificou a situação como uma emergência de saúde. Os atendimentos foram feitos entre os dias 28 e 30 de outubro sob a coordenação do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que convidou profissionais que desejam se voluntariar na ação.

O IHP é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos fundada há 24 anos em Corumbá, e atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Brigadistas instalados na RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Acurizal, onde extenso incêndio tem destruído a vegetação, também receberam atendimento.

Sintomas e problemas encontrados

Atendimento no Pantanal (Foto: Divulgação IHP)

“As comunidades foram bastante assoladas pelos incêndios no Pantanal. O fogo chegou muito próximo. Vimos que as pessoas estão com muitas dificuldades respiratórias, encontramos fuligem no nariz delas. Encontramos muitas pessoas com sintomas respiratórios, casos de faringite, ardência nos olhos”, relata o médico infectologista Percival Henrique.

“Uma das medidas que trouxemos para eles foi ensinar a melhor forma de fazer a lavagem nasal com soro para tentar cuidar mais da parte respiratória”, completou o médico.

Por ser uma região de difícil acesso, o grupo precisou se deslocar de avião, e contou com a ajuda da Amapil Táxi Aéreo para isso. Já para chegar na comunidade indígena Barra do São Lourenço, foi preciso utilizar barco, único meio possível para chegar na comunidade.

“É uma situação realmente de emergência”, afirmou o infectologista. Em visita à casa dos moradores, os voluntários realizaram consultas e exames clínicos, além de prescreverem medicamentos para ajudar no tratamento de problemas respiratórios de forma emergencial.

Além do infectologista, a equipe de voluntários contou também com a médica-veterinária Iandara Schettert, a psicóloga Daicy Saldanha, ambas de Campo Grande, da técnica de enfermagem Patrícia Colman Costa, de Corumbá e de Roberto Teixeira.

Já o Instituto Amigos do Coração contribuiu com a doação de medicamentos. 

Incêndios na região

Desde o dia 11 de outubro os incêndios nessa região de divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ficaram graves. O fogo chegou a circular casas na comunidade indígena Barra do São Lourenço e ameaçar a escola municipal rural instalada no Aterro do Binega. 

A Brigada Alto Pantanal, do IHP, Prevfogo/Ibama, Bombeiros de Mato Grosso do Sul e brigada voluntária da Barra do São Lourenço atuaram para reduzir as chamas. 

Dados do LASA/UFRJ apontam que o fogo já consumiu mais de 18% do Pantanal, entre janeiro e 30 de outubro. Foram queimados 2.789.200 hectares. Só em outubro foram 548 mil hectares.

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