O Sintsep-MS (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso do Sul) aderiu à greve nacional dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na semana passada e, com isso, o medo de desassistência tomou conta de beneficiários que dependem dos serviços.

Entretanto, os servidores ainda atendem normalmente nesta segunda-feira (22). Apenas na terça-feira (23) o comando de greve em MS se reúne para organizar as estratégias de mobilização, visitando as agências para paralisar as atividades do INSS.

Nesta manhã, Hernande Prado se preparava para passar pela perícia em unidade do INSS em Campo Grande. Ele afirma estar preocupado com a iminente paralisação das agências.

Hernande está afastado do trabalho por indicação médica e precisa passar pela perícia para manter o benefício. “Eu tenho duas pensões, tenho aluguel para pagar; uma casa para sustentar. A gente fica de mãos atadas”, relata ao Jornal Midiamax.

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Hernande já ficou com benefício bloqueado por não conseguir fazer a perícia (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Ele conta que ficou sem receber por seis meses no ano passado porque o benefício foi bloqueado. “Não consegui fazer a perícia. Fiquei impossibilitado de trabalhar e também não recebia enquanto estava aguardando”, relembra.

Apesar da normalidade, há servidores paralisados desde o dia 10 de julho. Conforme divulgado, os servidores reivindicam a recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho.

“Houve a deflagração, mas não quer dizer que tudo deva parar de imediato. A Previdência está remanejando profissionais para agências afetadas pela greve. No Estado, ainda iremos definir o comando de greve por meio de eleição”, informou o diretor do Sintsep, Roosevelt Lunas.

Ainda nesta segunda, Sebastião Martins conseguiu passar pela perícia, mas teme não conseguir ter acesso ao resultado por conta da greve. “Eu ainda consegui fazer a perícia, mas tem muita gente que não conseguiu. Agora esperar o resultado”, afirma à reportagem.

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Sindicato ainda organiza a paralisação em MS (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Pautas prioritárias dos servidores de MS

  • Carreira do Seguro Social como Carreira Estratégica (Típica de Estado);
  • Alteração do nível de Ingresso para Técnico do Seguro Social para Nível Superior;
  • Cumprimento do Acordo de Greve de 2022;
  • Manutenção do Tele Trabalho, uma vez que o Presidente do INSS vem falando em extinguir o mesmo;
  • Incorporação da Gdass ao VB.

Segundo o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), há espaço para apresentação de uma contraproposta desde que limites orçamentários não sejam ultrapassados.

Mobilizada e em greve em algumas agências pelo Brasil, a categoria deverá fazer o trabalho de debate e apresentar resposta ao MGI em breve.

Como ficam alguns serviços?

A superintendência regional do INSS orienta aos cidadãos e cidadãs que mais de 100 serviços do INSS podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, que tem versão para celular (app) ou pelo site gov.br/meuinss. É possível ainda ligar na Central de Atendimento 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h.

“Podem utilizar esses meios os cidadãos e cidadãs que necessitarem de algum serviço do INSS, como, por exemplo, requerimento, cumprir exigência, solicitar auxílio por incapacidade temporária, entre outros”, informou ao Midiamax.

O INSS orienta aos segurados e seguradas o uso do Atesmed nos casos de atendimento pericial, visando auxílio-doença com afastamento de até 180 dias.

Nos casos de perícia médica já marcada para benefício por incapacidade temporária, o segurado pode pedir conversão de agendamento de perícia para Atestmed. Para os demais casos, a orientação é reagendar o atendimento pelo 135 ou Meu INSS.

A reportagem acionou o Sintsep para mais detalhes sobre os serviços prestados em MS, mas não houve resposta até a publicação. O espaço permanece aberto para acréscimo de informação.

Greve nacional

As tratativas acontecem em meio ao anúncio de greve de servidores do INSS, feito pela Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social).

A Federação orientou os Estados a organizar os Comandos Estaduais de Greve, bem como, que enviem representantes para Comando Nacional. Além disso, informou que haverá atividades em Brasília, com previsão para o final da segunda quinzena de julho e início de agosto.