Pular para o conteúdo
Cotidiano

Greve encerra, mas professores aguardam posição da reitoria para definir retorno das aulas na UFMS

A greve na UFMS iniciou em 1° de maio e teve adesão de 65% dos professores
Lethycia Anjos -
Greve UFMS
Greve UFMS (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Professores de universidades e institutos federais de todo o país aceitaram a proposta do Governo Federal e decidiram encerrar a greve iniciada há dois meses. No entanto, em Mato Grosso do Sul, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ainda aguarda um posicionamento da reitoria para definir a volta às aulas.

Mesmo com o anúncio do fim da greve, as atividades só retornarão ao normal após a assinatura dos termos de acordo com o Governo Federal. A previsão é de que isso ocorra na quarta-feira (26).

Presidenta da Adufms, Mariuza Guimarães, ressalta que o retorno das atividades segue indefinido, pois a categoria está se articulando para garantir os direitos dos grevistas e assegurar que os estudantes recebam a carga horária correspondente, com qualidade.

“Não definimos a data do retorno. Faremos isso na reunião do Comando de Greve da UFMS e homologaremos amanhã em assembleia. Para o retorno, precisamos ter um calendário de reposição institucional, e queremos que ele seja negociado com a gestão.”

Conforme a Adufms, todas as decisões são tomadas por votação em assembleias gerais, por isso, na próxima terça-feira (25), haverá uma nova Assembleia Geral para definição dos procedimentos para encerramento da greve e retorno das atividades.

Vale lembrar que, em reunião realizada no dia 12 de junho, o Coun (Conselho Universitário) votou por manter o calendário de aulas da UFMS. A medida vale para os 9 campus espalhados no interior do Estado. Com a decisão, os docentes que optaram por não aderir à greve na UFMS seguem o calendário letivo, no entanto, terão que esperar a reposição das aulas suspensas para dar continuidade à grade que compreende o 2° semestre de 2024.

Saída coletiva da greve

Greve UFMS
Manifestação dos professores (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Na última terça-feira (18), após assembleia realizada pela Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), os docentes aprovaram a saída coletiva da greve e debateram o calendário de reposição das aulas. Na ocasião, os professores aprovaram por ampla maioria que aceitariam a nova proposta do Governo Federal, que prevê o reajuste linear de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Aos técnicos-administrativos, o governo propôs um reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026, além de melhorias para valorização da carreira. Os professores também aceitaram a proposta de reajuste salarial para 2025 e 2026, com percentuais específicos para cada nível profissional.

A greve na UFMS iniciou em 1° de maio, os professores reivindicam um reajuste de 22,71%, em três parcelas anuais de 7,06% cada, começando em 2024, além de auxílios alimentação e creche. No entanto, o Governo manteve o reajuste zero para este ano.

Conforme o Andes, desde a deflagração da greve, o movimento conquistou as seguintes reivindicações:

  • Recomposição parcial do orçamento das instituições federais;
  • Conquista de 5.600 bolsas permanência para estudantes indígenas e quilombolas;
  • Implementação do reajuste de benefícios (auxílio-alimentação, auxílio-saúde suplementar e auxílio-creche), apesar de ainda não haver equiparação com os benefícios dos demais poderes;
  • Início da Mesa Setorial Permanente de Negociação do MEC;
  • Elevação do reajuste linear oferecido até 2026 de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026;
  • Elevação dos steps de 4,0% para 5,0% até 2026 (com exceção de Adjunto/DI e DIII-I, que passam de 5% para 6% até 2026);
  • Elevação do valor salarial para ingressantes na carreira docente (MS e EBTT);
  • Proposta de revisão da IN nº 66/2022;
  • Revogação da Portaria nº 983/2020;
  • Isonomia entre docentes da carreira EBTT e do Magistério Superior no que tange ao controle de frequência, com a alteração do Decreto nº 1590/1996;
  • Suspensão de recursos judiciais pelo MEC frente a decisões que conferiram o RSC para aposentados;
  • Retomada da participação de entidades sindicais no Conselho Permanente de RSC.

Essas conquistas representam passos importantes, mas ainda insuficientes para atender plenamente às necessidades das instituições e dos docentes, segundo o Andes.

Incremento de R$ 5,5 bilhões

Greve UFMS
Corredor da UFMS (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Após diversos protestos e reivindicações, o MEC (Ministério da Educação) anunciou o incremento de R$ 5,5 bilhões no orçamento da Educação Federal. O montante, anunciado em 10 de maio pelo ministro Camilo Santana, será dividido entre universidades, institutos federais, cefets e hospitais universitários federais até 2026.

Vale lembrar que, em maio de 2024, o MEC já tinha feito uma recomposição do corte realizado no orçamento, no valor de R$ 347 milhões, sendo R$ 242 milhões para as universidades e R$ 105 milhões para os institutos federais. Agora haverá nova ampliação do orçamento, na ordem de R$ 400 milhões, para custeio de despesas das IFEs, sendo R$ 279,2 mi para universidades e R$ 120,7 mi para institutos federais.

Em contrapartida, o Andes defende que a recomposição de R$ 747 milhões – sendo R$ 347 milhões instituídos em 10 de maio e R$ 400 milhões anunciados em 10 de junho – não se aproxima dos R$ 2,5 bilhões reivindicados inicialmente para as universidades e dos R$ 1,5 bilhões necessários para a educação básica, técnica e tecnológica, fundamentais não apenas para recompor o orçamento, mas também para garantir investimentos nas instituições de ensino federal.

A Adufms afirma que solicitou uma reunião com a reitoria no dia 14 de junho, mas não obteve resposta. O Jornal Midiamax entrou em contato com a UFMS, mas também não obteve retorno.

💬 Receba notícias antes de todo mundo

Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Pix transformou economia e tornou-se indispensável, avaliam setores de MS

Proibidas na Capital, leucenas devem ser removidas, mas tarefa não será fácil e levará anos

Autor de novelas da Globo, Manoel Carlos está sob cuidados médicos; saiba detalhes

Rússia ataca Ucrânia com mais de 300 drones, deixando um morto em Odessa

Notícias mais lidas agora

Campo-grandense, morre o ícone da publicidade Roberto Duailibi

nelsinho governo lula

VÍDEO: ‘Lei de Reciprocidade só em último caso’, diz representante do Senado em negociação com Trump

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

Infidelidade

‘Chá de traição’, flagra em show e Campo Grande ‘comportada’: infidelidade marcou a semana

Últimas Notícias

Mundo

Tropas de Israel matam mais de 30 palestinos que buscavam comida, dizem autoridades de Gaza

Exército alega que realiza apenas "disparos de advertência" quando as multidões se aproximam

Política

Bolsonaro, Trump e recesso parlamentar marcam semana política em Mato Grosso do Sul

Tarifaço dos Estados Unidos contra os produtos brasileiros movimentou a política em Mato Grosso do Sul

Política

De descanso a visita das bases políticas: saiba o que os deputados de MS vão fazer durante o recesso

Alguns parlamentares afirmam que precisam descansar, mas outros querem visitar municípios de MS

Política

Deputados apresentaram mais de 150 projetos de lei no primeiro semestre; confira ranking

O mês mais produtivo na Casa de Leis estadual foi fevereiro, com 43 projetos apresentados