Pular para o conteúdo
Cotidiano

‘Golpe do diesel’: MS teve 58 casos de fraude que aumenta em até 50 vezes a emissão de poluentes de caminhões

Alteração criminosa ocorre quando os condutores fazem mudanças ilegais no Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), que reduz a emissão de gases poluentes
Graziela Rezende -
(PRF/Divulgação)

Enquanto a cacofonia das ruas entrou na mira da PRF e 436 motoristas foram multados em MS, a poluição foi o alvo da corporação nas estradas. Desta forma, parados em pontos estratégicos, agentes fiscalizaram caminhoneiros e encontraram 58 deles com uma alteração criminosa, no ano de 2023, que aumenta em até 50 vezes a emissão de poluentes.

A fraude ficou conhecida como “golpe do diesel”, quando os condutores fazem mudanças ilegais no Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), dispositivo preparado para reduz a emissão de gases poluentes. O número 32 se refere à porcentagem de ureia presente em água desmineralizada (32,5%). Assim, este sistema é acoplado em caminhões novos, vendidos no Brasil desde 2012.

Como é feita a fiscalização?

Ao fazer a averiguação, a PRF apura a qualidade do abastecimento do reagente Arla e também o combustível que foi colocado (Diesel S10 e reagente arla em bom estado), além da parte considerada o “laboratório químico”, sendo este o catalisador do caminhão que “conversa” com o motor para efetuar a correta aplicação do reagente e alcançar uma redução de 95 % do material particulado.

Os agentes da PRF, de maneira geral, verificam primeiro a luz indicadora de mau funcionamento, existente no painel do veículo, verificando se há ou não a ausência de fusíveis do sistema ou a adulteração eletrônica.

“A intenção de quem comete este tipo de fraude é fazer economia, porque manter o sistema funcionando tem um custo. É um sistema complexo, que faz leituras do catalisador e ele fica ali trocando informações, então, é um sistema antipoluente que, se for arrumar, fica ao custo de cerca de R$ 15 mil. Assim, quando estraga, a primeira coisa é cortar o abastecimento do Arla e isolar o sistema, porque o caminhão também emite muitos alertas no painel e perde 40% da força. Ou seja, com a conivência do dono, muitos mecânicos isolam todo este sistema”, ressaltou Baggio.

Qual é a responsabilidade penal?

A responsabilidade penal nestes casos sempre recai sobre o motorista envolvido e a pessoa jurídica do caminhão, por exemplo, sendo que o prejuízo maior é a questão de não conseguir a liberação do veículo na Justiça, já que era objeto do crime.

Quando se trata de caminhões pequenos, conforme a PRF, muitos entram nas cidades e acabam piorando a qualidade do ar. E, confirmada a fraude e o veículo sendo apreendido, de acordo com a PRF, é como se retirassem 50 caminhões de circulação de uma só vez, já que poluem 50 vezes mais do que um regular.

Nestes casos, o crime se enquadra no Artigo 54 da Lei Ambiental 9.605/1998, na modalidade culposa, que pode resultar em uma pena de detenção entre seis meses a um ano, além de multa e retenção do veículo.

Veja a explicação da PRF:

Leia também:

Cacofonia das ruas: PRF deu multa grave a 436 motoristas que retiraram catalisador em 2023

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Arte pedindo veto da ‘PL da Devastação’ será instalada em cruzamento de Campo Grande

Pai do jovem não gostou da reclamação

DF: Mulher é presa em flagrante por agredir idosa

Defesa Civil reforça cuidados contra incêndios na estiagem após fogo atingir aterro no Noroeste 

Grêmio Real e Grêmio Santo Antônio se enfrentam por liderança no Estadual Sub-20

Notícias mais lidas agora

Empresário denuncia ‘prefeito influencer’ de Ivinhema por suspeita de fraude em licitação

Consórcio Guaicurus ameaça atrasar salários se não receber R$ 8,4 milhões da Prefeitura

Adolescente teve que pular portão para fugir de subtenente da PM durante perseguição em Campo Grande

PR: mulher morre e é encontrada com 26 iPhones presos no corpo

Últimas Notícias

Trânsito

Motorista que morru em acidente na BR-163 fazia conversão para entrar em bairro da Capital

Acidente aconteceu no macroanel, no trevo que dá acesso ao bairro Chácara das Mansões, em Campo Grande

Brasil

CE: Criança morre após cair do quarto andar do prédio em que morava

Criança estava sozinha no quarto quando caiu

Polícia

Adolescente teve que pular portão para fugir de subtenente da PM durante perseguição em Campo Grande

Durante depoimento na delegacia, o subtenente negou que tinha relacionamento com a adolescente

Transparência

TCE-MS vai avaliar se Consórcio Guaicurus cumpriu acordo para melhorar transporte coletivo

Conselheiro destaca 'necessidade urgente' de renovar a frota de veículos