Fim da escala 6×1: Em MS, sindicatos de trabalhadores e diferentes setores estão divididos sobre proposta

Caso aprovada, a PEC deve impactar diretamente os dois setores que mais empregam no Brasil

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Hotéis, bares e restaurantes serão os mais impactados, caso PEC seja aprovada (Foto: montagem – Freepik)

A proposta que quer reduzir a jornada semanal de trabalho e abolir escala 6×1 (6 dias de trabalho por 1 de folga) deve impactar de maneira direta e imediata os dois setores que mais empregam no Brasil: comércio e serviços. Sindicatos que representam os trabalhadores desses setores estão divididos.

O Midiamax entrou em contato com entidades que representam os trabalhadores de segmentos ligados a esses setores. 

Especialistas apontam que, caso a mudança seja aprovada, as empresas deverão contratar mais funcionários para que possam cumprir a escala 4×3, de 4 dias de trabalho por 3 de descanso. 

Saiba o que dizem os sindicatos

Comércio

Ao Midiamax, o SECCG (Sindicato dos Empregados do Comércio de Campo Grande) afirmou que sua diretoria acredita “que ainda é cedo para uma manifestação sobre o assunto.” Isso porque, segundo a entidade, “não está bem definido todo o teor da proposta.”

Diante disso, a diretoria do SECCG “prefere aguardar mais para poder emitir uma opinião”, disse a entidade, via assessoria de imprensa.

Construção civil

Já o Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e no Mobiliário de Campo Grande) vê a possibilidade de mudança na escala de trabalho “com bons olhos”, segundo seu presidente, José Abelha.

Somente a construção civil, em Campo Grande, gera cerca de 30 mil empregos diretos. 

“A mudança vem ao encontro da qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, tanto na parte física e mental, ou seja, mais descanso da parte física e mental e a maior convivência com sua família”, analisa Abelha.

Ele acredita que o trabalhador que tenha mais qualidade de vida “irá produzir muito mais, pois estará com muito mais disposição”, completa.

Para fazer essa conta dar certo, ele considera fundamental sindicatos e patronato dialogarem. “Temos que sentar, patrões, trabalhadores e entidades de classe, e elaborar esse sistema para que esse modelo 5×2 seja aplicado”, avalia Abelha.

“O capital tem que entender que os trabalhadores(as) não são robôs, precisam de descanso por um período para voltar a produzir”, finaliza.

Hotéis, bares e restaurantes

Setor hoteleiro (Foto: banco de imagens Freepik).

Para o Sinthorems (Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Campo Grande), a questão é cercada de complexidade e gera bastante preocupação na entidade.

“Para nossa categoria essa PEC, se aprovada, vai ser um fator negativo porque, nossa categoria de hotéis, bares e restaurantes, trabalha em horários específicos, diferenciados. Não temos sábado, domingo ou feriado”, analisa Hélio Amancio Pinto, presidente do Sinthorems.

“Pela redução no quadro de horário, acreditamos que vai ter muita informalidade pela necessidade da empresa de contratar mais funcionários para completar a carga horária de atendimento, e ela não vai ter condição de pagar um salário equivalente”, pontua.

No setor de hotelaria, por exemplo, que trabalha 24h por dia, “fica ainda mais difícil de se trabalhar a redução da jornada semanal de trabalho”, já que será preciso ter mais profissionais para suprir os horários de funcionamento.

Para ele, o tema precisa ser analisado com cautela e muita atenção, para que esses setores não sejam prejudicados. “Então eu acho que é isso, a nossa visão preocupação, preocupação com a possibilidade de redução de salários, o que não pode, e possibilidade de aumento de contratações na informalidade”, finaliza.

Saiba mais sobre o assunto:

Questão de saúde pública: Saiba tudo sobre a PEC que busca o fim da jornada 6×1 de trabalho – 

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