Falta de remédios em UPAs de Campo Grande atrapalha tratamento de pacientes

Moradores de diferentes bairros enfrentam o mesmo problema desde janeiro

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UPA Santa Mônica está sem medicamentos (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Moradores de Campo Grande que buscam atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica esbarram na falta de medicamentos para dar início ao tratamento de suas doenças e acabam tendo que tirar do próprio bolso para comprar remédios. Para quem tem o dinheiro contado para passar o mês, o gasto extra traz mais preocupação e até impacta os tratamentos.

Com o filho de 16 anos com garganta inflamada e com febre, Juciliana Arantes, de 46 anos, desembolsou R$ 27 em uma farmácia em frente à UPA.

“Eu acho uma sacanagem porque a gente paga um monte de imposto. Eu ainda tenho recursos e quem não tem? Ficaria sem tomar e não melhoraria de jeito nenhum”, reclama a protética ao Jornal Midiamax.

Dos remédios que o médico receitou após a consulta, a Prednisona estava em falta. Por isso, precisou recorrer a uma farmácia. Mas quem não tem de onde tirar para comprar medicamentos simples, como uma dipirona, precisa contar com os próprios anticorpos para se tratar.

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UPA Santa Mônica (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Outra mãe de 48 anos que conversou com o Jornal Midiamax estava com as duas filhas saindo da UPA para comprar um outro medicamento na farmácia. Ela precisava de Amoxilina, mas o medicamento também estava em falta.

“É complicada a situação e agora vou ter que ir atrás de alguma farmácia para comprar”, diz à reportagem. A caixa do remédio pode variar entre R$ 20 e R$ 40. Esses medicamentos deveriam ser oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O que diz a Sesau?

Em nota, a Sesau esclareceu que a previsão de entrega de Amoxicilina 500mg comprimido é para esta semana. Já a Prednisona comprimido está disponível em toda a rede pública.

“O que pode ter ocorrido é uma falta pontual. Ao menos 50 itens que estão empenhados de processos em andamento devem ser entregues a longo do mês, entre medicamentos que estão em falta e de reposição”, destaca a nota.

A Sesau ressalta que tem adotado diversas medidas para dar mais celeridade na regularização do fornecimento de medicamentos e insumos. Conforme a pasta, as faltas pontuais decorrem do atraso na entrega por parte do fornecedor, ausência de matéria-prima no mercado, bem como entraves de ordem burocrática nos processos de aquisição.

Falta de remédios é problema crônico

Essa não é a primeira vez só no ano de 2024 que pacientes enfrentam a falta de medicamentos. No mês de fevereiro, o Jornal Midiamax mostrou que até medicamentos considerados básicos, como a dipirona, estavam em falta nos estoques das UPAs e UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Na época, a Sesau informou à reportagem que 80% do estoque da secretaria estava abastecido e culpou entraves burocráticos e de mercado a respeito da falta de alguns medicamentos pontuais.

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