Em 2022, mais de 1 mil crianças de Mato Grosso do Sul não tinham registro de nascimento. O número revelado pelo Censo 2022 retrata uma realidade persistente no Estado: indígenas ainda não têm acesso a registro de nascimento.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que pouca coisa mudou em Mato Grosso do Sul em 12 anos. Em 2010, eram 1.057 crianças até 5 anos sem registo de nascimento e, em 2022, eram 1.072 crianças nessa condição.

Considerando a cor ou raça, indígenas e pardos de Mato Grosso do Sul são os que menos têm acesso a registro de nascimento. No recorte racial por município, fica claro que populações indígenas ou vulneráveis economicamente, são as que têm menos acessos ao documento básico.

Em Campo Grande, o número de crianças até 5 anos sem o registro de nascimento caiu de 196 em 2010 para 163 em 2022, porém, cresceu entre pessoas indígenas e pretas. Em compensação, o número teve alta expressiva em Dourados, passando de 21 pessoas sem registro em 2010 para 106 em 2022.

MS tem a 3ª maior população de indígenas do país

Mato Grosso do Sul mantém a posição de terceiro estado com maior população indígena do Brasil, conforme o Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na última pesquisa, o Censo de 2010, a população era de 77.050 e aumentou para 116.469 em 2022. O percentual da população indígena em relação aos 2.757.013 moradores é de 4,22%.

No universo das pessoas indígenas residentes no Mato Grosso do Sul, 68.682 residem em Terras Indígenas. Do total da população indígena em MS, residente em território indígena, 34.748 são homens (50,59%) e 33.934 são mulheres (49,41%).