“Eu espero que seja o pai”, diz mãe de crianças sequestradas no Jardim Leblon

Yessica Mayet Tovar Suarez, de 24 anos, mãe dos irmãos, de 5 e 6 anos, que desapareceram na manhã de sexta-feira (22) no Jardim Leblon, em Campo Grande, está apreensiva. Conforme a polícia, a principal suspeita é de que os meninos tenham sido sequestrados pelo pai.

“Eu espero realmente que seja o pai”, afirma.

A mulher, que está grávida, contou ao Jornal Midiamax que tem outra filha mais velha, que havia saído para ir à escola. Todos saíram de casa por volta das 6h.

Vizinhos notaram movimentação

Ao Jornal Midiamax, uma vizinha comentou que o homem, aparentemente bem-vestido, mexe na árvore e depois sai a pé ao lado do carro. Apesar da atitude e movimentação estranha, ela não sabe se tem relação com o sequestro.

Já outra imagem de câmera de segurança, cuja, apenas a polícia teve acesso até o momento, mostra o momento da ação.

A dona da casa onde as imagens gravaram a ação contou que a polícia recolheu o HD para analisar melhor as imagens, porém ela descreveu a cena.

Segundo ela, um homem com roupas pretas, encapuzado, entrou direto na casa e, em cerca de dois minutos, saiu com as crianças, andando, segurando cada uma em uma mão. 

Em certo momento, uma das crianças aparenta mostrar resistência, querendo voltar, mas ele segue em frente, andando na diagonal até que some da vista do monitoramento.

A reportagem teve acesso a uma imagem de curto tempo em que mostra o tal homem com uma blusa de frio preta, e capuz na cabeça, sozinho. A polícia investiga se ele é o pai das crianças.

Conversa por mensagens

A mãe só percebeu o sumiço quando chegou em casa por volta das 16h. Ela havia deixado as crianças com um aparelho celular, nele foram encontradas mensagens trocadas das crianças com o pai.

Ainda segundo a mulher, o homem até então morava na Venezuela, porém em contato com amigos e parentes de lá, informaram que o homem estava desaparecido há cinco dias. Ele teria saído dizendo que iria embora para os Estados Unidos.

“Outro motivo de suspeita”, revelou a mãe das crianças. Segundo a mãe, o pai já teria tentado fazer o mesmo em outra ocasião, quando ainda moravam em outro país. Nesse dia, ele não conseguiu levar as crianças, pois a avó estava em casa.

Ela contou que ela tem a guarda dos filhos, porém ele também quer.

Movimentação estranha no local

Há imagens de câmeras de segurança que mostram duas pessoas, sendo um homem a pé, que anda de forma suspeita e aponta a direção para um carro, de cor prata. O carro para mais a frente.

O delegado informou que estão analisando as imagens, já que as crianças não aparecem nela.

Disse ainda que estão em diligências. Como o pai das crianças é de outro país, mora na Venezuela, equipes da fronteira já teriam sido acionadas.

Uma oficial de Justiça entrou em contato com a reportagem para esclarecer que o veículo que aparece no primeiro vídeo divulgado é dela e estava em função do serviço, durante cumprimento de mandado, ou seja, não há relação com o caso das crianças desaparecidas.

Desaparecimento dos irmãos

Conforme o boletim de ocorrência registrado pela mãe dos meninos, ela e os filhos são venezuelanos e peruanos. Ela e o marido saíram para trabalhar por volta das 6h de sexta-feira e deixaram as crianças em casa, pois às 8h a avó dos meninos iria para cuidá-los.

Como o casal trabalha na mesma empresa, antes de sair ela deixou um aparelho celular em casa, e quando deu o horário da avó chegar, a mulher ligou para o aparelho, porém ninguém atendeu. 

Ela afirma que acreditou estar tudo bem, que as crianças poderiam estar brincando e não viram a ligação. Disse ainda que não ligou para a mãe porque o celular do marido não tinha o telefone dela.

Na delegacia, ela explicou que a mãe não pôde ir cuidar das crianças e quando chegou em casa encontrou o café da manhã que havia preparado para os filhos jogado no chão, o celular estava carregado na tomada e a porta aberta.

A mulher disse que conversou com vizinhos, que afirmaram não terem visto nenhuma movimentação estranha. 

Qualquer notícia das crianças deve ser informada para a polícia no 190 ou para a família no telefone (67) 99197-1064.

O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa e abandono de incapaz.

*Com Tais Wolfert