O HMCG (Hospital Municipal de Campo Grande) vai ser entregue apenas daqui a dois anos e até lá a Prefeitura não vai gastar um centavo com o empreendimento. Isso porque ele será construído na modalidade ‘Built to Suit’, ou ‘Construir para Usar’, em tradução livre.

“Então, essa modalidade que é o BTS, ele permite que a gente comece a pagar a partir da entrega, como se fosse um aluguel […] A empresa faz a obra, coloca, nesse nosso caso, com responsabilidade total deles, não só a construção, mas equipar também, com todos os nossos equipamentos e os facilities, ou seja, quando eles entregarem a obra, eles ainda vão ficar, durante aproximadamente 20 anos, responsáveis pela limpeza, pela nutrição, pela segurança e a gente paga tipo um aluguel. E esse aluguel, o decorrer de 20 anos, volta para gente todo esse hospital”, explica a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite.

Em outras palavras, a empresa que ainda será licitada vai ser responsável por construir e manter o empreendimento e, em contrapartida, a prefeitura vai ‘pagar’ o espaço em forma de aluguel. A estimativa é que o investimento chegue ao patamar dos R$ 210 milhões.

“A prefeita está apresentando projeto bem estruturado, em todos os seus pilares na questão técnica, na questão jurídica e ainda enfrentamos mais uma situação que é a nova lei de licitação. Tem agentes públicos país afora que até agora não conseguiram implantar a lei e nós estamos licitando nessa nova lei de licitação”, secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli

Construção do hospital

Segundo a prefeita Adriane Lopes (PP), a construção desse hospital estava prevista desde 2014 no Plano Municipal de Saúde.

De acordo com Rosana Leite, o Executivo Municipal foi responsável por fazer o projeto do hospital e contratar a assessoria técnica para tirar a ideia do papel. Para ela, o método de BTS dá mais celeridade ao processo e evita muitos gastos.

Atualmente, Campo Grande tem gasto mensal de 30 milhões com pactuação de leitos em hospitais privados. Serão 259 leitos, sendo 49 de pronto-atendimento, 20 leitos CTI (10 pediátricos e 10 adultos) e 190 leitos de enfermaria (60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 leitos para mulheres).

População de Campo Grande cresceu

De acordo com a secretária da Sesau, a população de Campo Grande atinge quase 1 milhão de habitantes, mas chega a quase 1,6 milhão se considerar a população flutuante (que está em Campo Grande, mas não mora na Capital).

Segundo a prefeita, o município tem déficit de vagas. “Há 20 anos, quando se discutiu a estrutura da saúde, nós tínhamos uma população. Hoje Campo Grande tem quase o dobro em comparação a 20 anos atrás. O que tem hoje na cidade não corresponde com o número de habitantes que existem na Capital”, opina.

hospital
Local onde será construído o hospital (Reprodução, Google)

Viabilidade

O terreno que receberá a obra fica na esquina entre as ruas Raul Pires Barbosa e Augusto Antônio Mira, no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande. A prefeitura ainda vai fazer um estudo de viabilidade para o transporte urbano até o local.

“Vai ser feito todo o estudo técnico da mobilidade, da região. Já foi feito antes para implementação do projeto. Esse projeto foi estudado a vários mãos, de vários secretários”, informa Adriane durante lançamento do hospital, nesta segunda-feira (1°).