Em visita ao Mato Grosso do Sul, o Cardeal Ángel Fernández Artime, que é o 10º sucessor de Dom Bosco, conversou com jovens da Missão Salesiana nesta sexta-feira (8). Às vésperas de assumir cargo no Vaticano, a autoridade católica falou sobre questões sociais e sensibilidade com os povos indígenas.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o Cardeal espanhol no cargo de Reitor-Mor ressaltou a importância de se ter um olhar para quem tem menos, se referindo às populações mais pobres e aos povos indígenas.

“Se perdermos a sensibilidade, pelos que têm menos possibilidade, podemos fechar as portas e apagar as luzes da Missão Salesiana. É importante saber de onde vem nossa força e ficar perto de quem tem menos oportunidades”, disse ele ao citar os alunos da Missão, que muitas vezes têm ali uma oportunidade única.

Durante a coletiva, o Cardeal falava com um quadro ao fundo com imagens de indígenas em meio à natureza. Ao ser questionado sobre o assunto, disse que é importante ter sensibilidade grande com os povos indígenas.

“Penso que é uma realidade a ser tratada com muito respeito e atenção, pois entram muitos interesses, mas entre eles existe o direito dos povos indígenas a ter sua terra, sua cultura e identidade. Esse princípio não tem nada a ver com política, serve para todos os países e realidades”, disse.

(Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Busca pela paz mundial

Como pai e centro de unidade da Família Salesiana, o Cardeal Ángel, assumirá as funções de Cardeal da Igreja, juntamente com suas responsabilidades no Vaticano. Até o dia 16 de março, ele terá uma longa programação, visitando as presenças salesianas de Campo Grande, como: paróquias, comunidades, escolas, universidades, obras sociais e missões indígenas, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em sua última visita ao Brasil, o Cardeal ainda citou a necessidade de busca pela paz mundial e crescimento da humanidade. “Não estamos melhor que há 20 anos”, disse ele sobre o aspecto moral da população.

Segundo ele, o mundo tem 28 pontos de guerra atualmente, citou a grande guerra da Ucrânia e a faixa de Gaza com grande sofrimento. “O mundo não está melhor, mas não podemos deixar de pensar na construção de um mundo melhor e políticas públicas”.

(Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)