Em estado crítico, doações de leite materno caem 40% na Santa Casa de Campo Grande

Com queda nas doações, Santa Casa faz apelo para que mães que amamentam contribuam com doação de leite humano

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Banco de Leite da Santa Casa (1)
Banco de Leite da Santa Casa (Divulgação, Santa Casa)

Em meio às festividades de fim de ano, férias escolares e viagens em família, os estoques do BLH (Banco de Leite Humano) da Santa Casa caíram drasticamente. Dezembro é considerado o mês mais crítico para as doações de leite a já registra uma queda de 40% no número de doações.

Isabela Tozzi, supervisora ​​do setor, explica que cerca de 20 bebês estão internados e dependem do leite humano para sua nutrição.

“Estamos com os estoques abaixo da metade, nesse período do ano temos uma queda de 40% nas doações, devido às festas e recesso escolar. Além disso, muitas doadoras viajam”, diz.

A supervisora ​​reforça que toda mãe que amamenta pode se tornar uma doadora, e a conscientização sobre a importância dessas doações é fundamental. O consumo diário no hospital varia entre seis e oito litros, enquanto a arrecadação média mensal é de 150 litros. No entanto, o ideal seria o dobro dessa quantidade.

Conforme a Fiocruz, um litro de leite humano doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Para bebês prematuros, dependendo do peso, apenas 1 ml é suficiente para cada alimentação.

Coleta a domicílio

Além do leite coletado das mães internadas, o BLH realiza a coleta externa em todos os bairros da Capital. Conforme a Santa Casa, com a visita previamente agendada, a mãe recebe as orientações necessárias para a higienização correta, retirada e armazenamento do líquido.

“Assim que recebemos o leite externo, ele passa pelo processo de pasteurização, que consiste em submeter o leite a uma alta temperatura e depois esfriá-lo rapidamente. Após processado o leite pode ficar até seis meses congelado”, explica Isabela.

Conforme a supervisora, antes do alimento ser ministrado aos bebês, ele passa por uma análise microbiológica onde são utilizados equipamentos de alta tecnologia.

“É um processo bem controlado. Fazemos o cadastro na Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH-BR). Todos os leites têm lote, tem número, tudo muito organizado. Quando recebemos a prescrição médica a gente persona e envaza da forma que o médico pediu e distribuiu”, relata.

No entanto, para ser doadora de leite a mãe precisa estar bem de saúde, apresentar todos os exames do pré-natal e ter leite em excesso, ou seja, sobrar leite após amamentar seu bebê.

“Estando tudo certo com os exames, nossa equipe vai até a casa da doadora e leva um kit de higiene composto por um frasco, toca e máscara. Ensinamos todo o processo da retirada do leite, do armazenamento e da etiquetagem com data. Encaixamos essa mãe na rota da nossa coleta. Ela não precisa nem se deslocar. Também auxiliamos com relação à pega e posicionamento correto do bebê”, finaliza Isabela.

Queda nas doações também impacta banco de leite do HR

Banco de leite
Banco de leite (Divulgação, HRMS)

Assim como na Santa Casa, as doações no Banco de Leite do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) caíram drasticamente nas últimas semanas. Por isso, o Hospital divulgou um apelo com intuito de atrair novos doadores.

A doação de leite destina-se a mulheres que estão amamentando e têm uma produção de leite acima do necessário para os seus bebês. Além disso, é necessário ter feito o pré-natal.

O Banco de Leite Humano do HRMS realiza uma coleta semanalmente na casa das doadoras e fornece também o kit necessário para a retirada e o armazenamento do leite, que inclui vidro esterilizado, touca e máscara. Além disso, as mães recebem orientações sobre como retirar e armazenar o leite corretamente. A coleta ocorre em todos os bairros da Capital.

Nutricionista e responsável técnica do Banco de Leite Humano do HRMS, Fernanda Menezes explica que após a coleta na casa da doadora, o leite passa por exames no Banco de Leite Humano.

“Se não tiver nenhuma restrição, segue para pasteurização e passa por um novo exame, desta vez microbiológico, para checar e existência de bactérias. Somente então, o consideramos apto aos bebês”, explica.

No mês de novembro, o Banco de Leite recebeu pouco mais de 30 litros de leite, enquanto a demanda do hospital fica em torno de 120 litros. Além disso, o leite humano contempla bebês internados em, pelo menos, quatro unidades do hospital: UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, UIN (Unidade Intermediária Neonatal), Método Canguru e CTI (Centro de Terapia Intensiva) Pediátrico.

Para se tornar doadora, basta entrar em contato com o Banco de Leite Humano do HRMS, pelo telefone (67) 3378-2715.

Importância do leite humano

Essencial para todos os bebês, o Leite humano garante a saúde e sobrevivência de bebês prematuros e de baixo peso (com menos de 2.500 g), que estão internados nas unidades neonatais e não podem receber a amamentação pelas próprias mães.

Conforme o Ministério da Saúde, um pote de leite humano de 200 ml doado, por exemplo, alimenta até dez recém-nascidos internados, por dia. Dependendo do peso do bebê, cerca de um ml já consegue nutri-lo.

Bebês que estão internados e não podem receber a amamentação pelas próprias mães têm a chance de receber os benefícios do leite humano com a doação. Com ele, a criança se desenvolve com saúde, tem mais chances de recuperação e sobrevivência.

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