Em dois anos, 5G expandiu no Centro de Campo Grande, mas bairros periféricos ficaram para trás

Em Campo Grande existem 196 antenas 5G, contudo a maioria está concentrada no centro e bairros nobres da cidade

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Clientes ainda não se interessam por celulares com suporte para 5G em Campo Grande. (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

Há exatos dois anos, a chegada do 5G marcou um avanço significativo na conectividade em Campo Grande. A nova rede expandiu rapidamente, proporcionando maior velocidade de internet e aprimorando a experiência dos usuários de dispositivos móveis. No entanto, em bairros periféricos e áreas mais afastadas, a implementação do 5G ainda é limitada, e muitos moradores enfrentam barreiras no acesso à tecnologia.

Conforme dados do portal Conexis, Campo Grande conta com 196 antenas 5G, distribuídas entre três operadoras de telefonia: a Claro, com 88 antenas; a Tim, com 63; e a Vivo, com 43. Embora a densidade populacional seja significativamente maior nas áreas periféricas, o número de antenas 5G nessas regiões é consideravelmente menor em comparação aos bairros nobres e às áreas centrais da cidade.

Atenas 5G em Campo Grande
Atenas 5G em Campo Grande (Divulgação)

Distribuição do 5G reflete desigualdade no acesso à tecnologia

No bairro Moreninhas, por exemplo, há apenas uma antena 5G para atender os 24.494 habitantes. Em contraste, o bairro Santa Fé, considerado uma área nobre da capital, possui cinco antenas para seus 4.690 moradores.

No Nova Lima, o bairro mais populoso de Campo Grande, há apenas três antenas de 5G, sendo que uma delas está instalada nas proximidades de um condomínio de luxo. Com uma população de 41.131 habitantes, essa distribuição desigual reflete a discrepância no acesso à tecnologia.

O cenário se repete em outros bairros de Campo Grande. No Jardim Centro Oeste, o segundo mais populoso da cidade, com 37.671 moradores, há apenas uma antena 5G. A mesma situação ocorre nos bairros Jardim Santa Emília, Parque Lageado e Nova Campo Grande.

Já os bairros Jardim Seminário, Columbia, Bela Laguna e Portal Caiobá nem ao menos possuem antenas 5G, evidenciando que essas tecnologias costumam demorar ou nem ao menos chegar em determinadas regiões da cidade.

“Bairros são escolhidos com base em estudos de viabilidade”

Questionada sobre a definição dos locais para a instalação das antenas 5G, a Claro, operadora responsável pela maior quantidade de antenas na Capital, não especificou os locais onde atua, mas esclareceu que a escolha é baseada em estudos de viabilidade técnica e demanda de usuários.

“As novas ativações seguem as determinações da Anatel e autoridades responsáveis e são realizadas de acordo com um planejamento estratégico, que leva em consideração o cenário mais adequado para a região e a possibilidade de ofertar a melhor experiência possível aos clientes”, disse em nota.

Já a Vivo está presente em 45 bairros: Amambaí, Cabreúva, Caranda Bosque, Centro, Chácara Cachoeira, Cidade Jardim, Mata do Jacinto, Coophavila II, Coronel Antonino, Jardim Alto São Francisco, Jardim Campo Alto, Jardim das Nações, Jardim dos Estados, Jardim Itamaracá, Jardim Jóquei Club, Jardim Leblon, Jardim Montevidéu, Jardim Noroeste, Jardim Paradiso, Jardim Paulista, Jardim São Bento, Jardim Seminário, Jardim Tijuca, Jardim TV Morena, Jardim Veraneio, Monte Castelo, Nova Lima, Santa Fé, Vila Albuquerque, Vila Antônio Vendas, Vila Bandeirante, Vila Carlota, Vila Duque de Caxias, Vila Glória, Vila Ipiranga, Vila Manoel da Costa Lima, Vila Manoel Taveira, Vila Margarida, Vila Nasser, Vila Neusa, Vila Nova Campo Grande, Vila Planalto, Vila Progresso, Vila Rica e Vila Taveirópolis.

“A expansão da rede 5G para outras regiões é gradual e evolui de acordo com capacidades técnicas, demanda e autorizações para instalações de antenas. Para acessar o 5G, é preciso possuir um aparelho compatível e estar dentro da área de cobertura, sem tarifação extra pelo acesso”, disse a Vivo.

Cobertura 5G em Mato Grosso do Sul

(Marcelo Camargo, Agência Brasil)

Em Mato Grosso do Sul, além da Capital, dez cidades do interior do Estado possuem antenas de tecnologia móvel 5G, que promete conexões de internet com ultravelocidade. Atualmente, MS conta com 233 antenas, sendo a maioria da operadora Claro, com 101 unidades, seguida pela Tim, com 77, a Vivo com 54, e a Algar com apenas 1 antena.

Campo Grande lidera com o maior número de antenas 5G, somando 196 unidades, seguida por Dourados, com 16, Três Lagoas, com 10 antenas, Aquidauana com 4 e Paranaíba com duas antenas. Bonito, Coronel Sapucaia, Corumbá, Ivinhema, Ponta Porã e Ribas do Rio Pardo contam com apenas uma antena de conectividade 5G.

Seguindo o cronograma estipulado pela Anatel, até dezembro de 2026, 30% dos municípios brasileiros devem contar com a tecnologia 5G. A meta é alcançar 60% dos municípios até dezembro de 2027, 90% até dezembro de 2028, e, finalmente, a totalidade dos municípios brasileiros até dezembro de 2029.

Contudo, para os usuários conseguirem utilizar a tecnologia 5G, é necessário ter um aparelho compatível. Atualmente, o Brasil conta com 211 aparelhos celulares compatíveis, segundo a lista de smartphones certificados e homologados da Anatel. A Samsung lidera o ranking dos maiores fabricantes com 55 opções, seguida pela Motorola (38), Xiaomi (21) e Apple (17). Confira a lista AQUI.

Chegada do 5G

A nova tecnologia 5G oferece velocidades até 100 vezes superiores às do 4G e possui baixa latência, o que significa um curto tempo de resposta entre um comando e a execução da ação. Isso possibilita inovações digitais em diversos setores, como comércio, indústria, agronegócio, saúde e educação.

Em 2021, o Governo Federal realizou um leilão das frequências 5G, que estabeleceu prazos e obrigações às empresas vencedoras. Campo Grande já atingiu a meta estabelecida para o primeiro semestre do ano: ter pelo menos uma antena para cada 30 mil habitantes. Atualmente, com 196 antenas, a cidade tem uma proporção aproximada de uma antena a cada 5 mil habitantes.

Entre as obrigações das empresas vencedoras do leilão estão:

  • Levar cobertura 5G a todas as capitais e cidades com mais de 30 mil habitantes.
  • Garantir cobertura 4G nas rodovias federais e em localidades ainda sem conexão.
  • Implantar redes de fibra óptica em áreas com pouca ou nenhuma infraestrutura de conectividade.
  • Implementar o PAIS (Programa Amazônia Integrada e Sustentável) e o Projeto da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.
  • Custear a migração da TV parabólica para TV via satélite.
  • Investir em projetos de conectividade em escolas.

Além disso, a implantação da rede 5G inclui a transferência da banda C (utilizando a faixa de frequência de 3,5 GHz) para a banda KU, com sinal digital. Esse processo de “limpeza” da banda C proporciona uma melhor qualidade de som e imagem na TV.

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