Educação, saúde e apoio emocional: entenda como trabalham os voluntários em ações humanitárias

Dia do Voluntariado é celebrado em 5 de dezembro

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Dia do Voluntariado (Reprodução, Arquivo Pessoal)

Celebrado anualmente em 5 de dezembro, o Dia do Voluntariado destaca a relevância do trabalho de quem doa seu tempo, energia e habilidades, de maneira espontânea e não remunerada, em prol de causas sociais, motivadas por valores de participação e solidariedade.

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Conforme os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), do IBGE, em 2022, 7,3 milhões de brasileiros, cerca de 4,2% da população, dedicaram-se ao trabalho voluntário, com uma média de 6,6 horas semanais.

A médica Isabelle Carolina Basualdo Pedreira é um exemplo de como o voluntariado é transformador. Sua primeira oportunidade de voluntariar surgir em 2018, quando ainda estava na faculdade. De lá pra cá, trabalhou no Pantanal, Guiné-Bissau e Benim, na África.

Trabalhos voluntários

Para ela, a jornada não impacta apenas na vida de quem é assistido e acolhido, mas também na vida de quem dispõe seu tempo a servir o próximo. “Passamos por uma transformação interna assim que saímos da nossa casa, assim que deixamos nossa bolha, a zona de conforto. Minha verdadeira transformação veio após morar em um país no Oeste da África. Aquela experiência mudou minha vida. Essas experiências ampliam nossas perspectivas e nos ajudam a valorizar o que temos”, reflete Isabelle.

Para ser voluntário, ter proatividade é a chave, afinal, durante sua passagem pelo local será necessário desempenhar funções em diversas áreas, incluindo saúde e educação. “Lá, assumia diferentes papéis. Eu era mãe, amiga, professora, médica. Eu morava em um orfanato no Benim, um lugar que abrigava crianças que não conseguiam fazer mais de uma refeição por dia, a cada dois dias. Quando a família não tinha condições de oferecer mais do que isso, elas eram deixadas no orfanato”, lembra.

No local, os voluntários ofereciam refeições diárias, educação e atendimentos médicos, já que o governo local não custeia estes serviços.

Isabelle durante atendimento (Reprodução, Arquivo Pessoal)

“Além de cuidar das crianças, eu também realizava educação e saúde com as mulheres e com os adultos. No entanto, por ser um país muçulmano, meu acesso aos homens era limitado. Então, meu foco estava nas pessoas marginalizadas, as mulheres e as crianças, que eram as mais vulneráveis na sociedade local. Não havia idosos no orfanato, já que a expectativa de vida no país é de apenas 40 anos”, explica.

Impactos culturais

Outro ponto que chamou atenção de Isabelle durante a missão nas tribos africanas, foi a utilização de métodos de punição física, como palmatória, dentro das escolas. Viver nesta realidade, segundo a voluntária, dificultava a demonstração de carinho.

Assim, elas viviam no ‘hoje’, sem planejar o futuro, sem saber se teriam comida no dia seguinte, se ficariam doentes ou até se morreriam. Isso as fazia viver o presente, sem perspectivas de futuro.

“Mesmo com essa realidade tão dura, essas crianças tinham sua própria maneira de demonstrar carinho. Não sabiam reconhecer um abraço ou um beijo, mas, de algum modo, mostravam seu afeto através do sorriso e da companhia. Elas ficavam perto de mim o dia inteiro, todos os dias, como uma forma de me mostrar que gostavam de mim. Fazer voluntariado em um lugar como aquele me fez sair da minha zona de conforto e repensar o que é certo, o que é normal, e me deu uma nova visão sobre a vida e o que realmente importa”, finaliza.

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