A ideia era passar no banco de sangue, fazer o que tinha de ser feito, e ainda descolar um atestado para garantir uma viagem. Mas, a realidade fez com que o auditor fiscal de mobilidade urbana Cleomar Campos, 53 anos, percebesse o quão nobre é o ato de doar sangue.

“Eu encontrei muitas pessoas lá na frente tentando angariar sangue para os seus parentes, porque estavam precisando para fazer cirurgias ou para a reposição de cirurgia. Percebi que o meu motivo, a minha razão, devia ser essa, de contribuir. Fiz compromisso de doar sempre que alguém estivesse precisando ou para o banco de sangue”, conta.

Depois desta data, passaram-se 35 anos, e o auditor doa sangue até quatro vezes por ano. “Agora já quase não pego atestado, só em caso de urgência, mesmo. Procuro doar em horários livres”, completa bem-humorado.

A história de Cleomar é apenas uma das milhares que cruzam os corredores do Hemosul, em Campo Grande, e que inspiram tantos outros a salvarem vidas por meio da doação de sangue. Nesta sexta-feira (14), Dia Mundial da Doação de Sangue, a reportagem do Jornal Midiamax reuniu algumas delas.

Durante todo o mês, será realizado o ‘Junho Vermelho’, onde a Rede Hemosul promoverá diversas ações para incentivar a doação de sangue, como campanhas de conscientização, palestras educativas e parcerias com empresas e instituições públicas para facilitar o acesso dos doadores aos postos de coleta.

“Doar sangue é empatia”

Para Cleomar, a doação é uma questão de empatia, mas que muitas pessoas só passam a enxergar a importância quando vivem uma necessidade. No seu ambiente de trabalho, porém, a realidade é positiva, pois grande número de pessoas são doadoras.

“Um colega de trabalho precisou de doações para seu filho, que precisava de transfusões constantes. Então, ele começou um movimento que se tornou uma ‘corrente do bem’, onde sempre que alguém precisa, a informação é compartilhada e quem pode vai doar”, contou.

Para o auditor, poder doar é uma benção também para quem doa. “Enquanto eu tiver condições, enquanto meu sangue propiciar essa benção, continuarei doando”, completou.

“Sangue é vida”

“Sangue é vida e, se tenho vida para doar, não posso deixar de fazê-lo”. Com esse pensamento, Elizabeth Paes, de 48 anos, uma das milhares de pessoas doadoras em Campo Grande, cadastradas na Rede Hemosul, quer incentivar mais pessoas a serem doadoras de sangue.

A professora conta que é doadora há 25 anos e vê a doação de sangue como forma de contribuição pessoal para a sociedade.

“O problema é que muita gente tem medo de doar sangue porque não sabe como funciona, ou tem medo de agulha, e os jovens acabam recebendo esse medo por herança. Eu acho que a informação é o caminho”, afirma.

Conscientização

Há quem já não atenda todos os critérios, mas segue como incentivador da doação de sangue. O corretor de imóveis Pedro Mariusso Filho, com seus 75 anos, já excedeu a idade, mas teve 51 anos como doador de sangue e fez cerca de 200 doações.

O corretor compartilha suas experiências com alegria, mas o seu primeiro motivo foi um momento difícil em sua vida. “Meu pai contraiu leucemia e, na época, a única forma de tratamento era a transfusão para amenizar a doença”, relata.

Tendo acompanhado toda a evolução da doença do pai, ele decidiu se tornar doador, ainda em seus ‘tempos de farda’, quando serviu ao Exército Brasileiro. Hoje, ele contribui com sua história.

“Nunca me afastei do Hemosul, estou sempre presente participando de eventos e homenagens e busco contribuir com essa instituição abençoada, que ajuda as pessoas recuperarem suas vidas ou amenizar o sofrimento das pessoas”, afirma.

“Este é um ato digno e abençoado, pois há muitas pessoas necessitando de doação, como acidentados, pacientes oncológicos e na ala infantil, então parabenizo quem já é doador e, caso não seja, doe, para que quem precisa tenha mais chances de sobreviver com este ato nobre”, incentiva.

Número da doações de sangue

A rede Hemosul possui doze unidades, localizadas em Campo Grande e no interior do Estado. No ano de 2023, foram registradas 53.783 coletas, totalizando média de 4.482 coletas por mês.

Ao todo, essas doações resultaram em 102.248 hemocomponentes distribuídos. O número não representa exatamente o número de pessoas beneficiadas, pois há casos em que um paciente precisa de uma ou várias bolsas.

Segundo o Hemosul, existem cerca de 330 mil pessoas cadastradas em seu banco de dados de doadores, sendo que a estimativa é que cerca de 35% destes sejam doadores fidelizados.

Em Campo Grande, a porcentagem de doadores é de 2,2% da população local, mas no interior o número é de 1,9%. 

Ainda assim, rotineiramente os bancos de sangue estão abaixo do adequado, como explica a coordenadora da Rede Hemosul MS, Marina Sawada Torres.

“Ainda estamos com o quantitativo abaixo do necessário, para atender à demanda de hemocomponentes com tranquilidade. Seria necessário aumentar em torno de 25% as doações de sangue em todo estado e sobretudo em Campo Grande, onde atendemos a média e alta complexidade”, explicou.

Quem pode doar

Idade: Os doadores precisam ter entre 16 e 69 anos segundo a nova lei da doação de sangue aprovada em 2013. Há uma ressalva para quem tem 16 e 17 anos: no Hemosul, o menor de idade tem que estar acompanhado de pai ou mãe ou responsável legal. 

Peso: Embora a nova lei permita a doação de pessoas a partir de 50 kg, a Rede Hemosul-MS reserva-se o direito de aceitar apenas doadores com 51 kg ou mais, para a melhor utilização do sangue coletado e segurança do doador.

Intervalo de doação: homens podem doar até quatro vezes ao ano com um intervalo mínimo de dois meses. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com um intervalo mínimo de três meses.

Doenças que impedem a doação: doenças hematológicas, cardíacas, renais, pulmonares, hepáticas, autoimunes, diabetes, hipertireoidismo, hanseníase, tuberculose, câncer, sangramentos anormais, convulsões, ou portadores de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue como Doença de Chagas, Hepatite, AIDS, Sífilis. Se estiver com gripe ou alergia deve esperar sete dias após sarar para doar sangue.

Medicamentos: alguns medicamentos impedem a doação. Portanto, fale para o profissional de saúde que for lhe entrevistar os remédios que está utilizando.

Vacinas: As vacinas impedem temporariamente a sua doação. Por isso, aproveite para doar sangue antes de tomar a dose da vacina.

Alimentação: Você deve estar bem alimentado para doar sangue, mas evite alimentos com excesso de gorduras.

Serviço

HEMOSUL COORDENADOR
Av. Fernando Correa da Costa, 1304, Centro – Campo Grande/MS
Fones: (67) 3312-1500 / 3312-1517 e (67) 98163-1547 WhatsApp – Atendimento ao Doador
(67) 98163-1561 – WhatsApp – Aférese
(67) 3312-1516 / 3312-1529 – Agendamento de Campanhas
Segunda a Sexta: 7h às 17h
Sábado: 7h às 12h
1º e 3º sábados do mês: 7h às 17h

HEMOSUL SANTA CASA
Rua Rui Barbosa, 3633, Centro – Campo Grande/MS
Fones: (67) 3322-4135 / (67) 98163-1440 WhatsApp
Segunda a Sexta: 7h às 12h

HEMOSUL HOSPITAL REGIONAL – HRMS
Rua Engenheiro Lutherio Lopes, 36, Aero Rancho – Campo Grande/MS
Fone: (67) 3378-2678 / (67) 98163-2728 WhatsApp
Segunda a Sexta: 7h às 12h

HEMOSUL DOURADOS
Rua Oliveira Marques, 2535 – Jardim Tropical
Fone: (67) 3424-4192 / 3424-0400 e (67) 98163-0863 WhatsApp
Segundas, Quartas e Sextas: 7h às 12:30h
Terças e Quintas: 7h às 12h e das 13h às 17h
Último sábado de cada mês: 7h às 12h

HEMOSUL TRÊS LAGOAS
Rua Manoel Rodrigues Artez, 520, Colinos
Fone: (67) 3522-7959 / (67) 98163-2387 WhatsApp
Segunda a Sábado: 7h às 12h

HEMOSUL PONTA PORÃ
Rua Sete de Setembro, 1896 – Santa Isabel
Fone: (67) 3432-0390 e 3010-0972 / (67) 98163-2186 WhatsApp
Segunda a Sexta: 7h às 12h

HEMOSUL PARANAÍBA
Rua Selma Martins de Oliveira, 335, Ipê Branco I
Fone: (67) 3503-1026 / 98163-1488 WhatsApp
Segunda a Sexta: 7h às 11h

HEMOSUL COXIM
Rua Gaspar Reis Coelho, 361, Bloco B – Bairro Flávio Garcia
Fone: (67) 3291-2906 / (67) 98163-0816 WhatsApp
Fechado para coleta temporariamente

HEMOSUL CORUMBÁ
Rua Colombo, 1250, Centro
Fone: (67) 3232-2470 / (67) 98163-2459 WhatsApp
Coletas mensais (ver datas nas redes sociais @hemosulms)