Marcada no calendário como um lembrete pela importância da conscientização social, é comemorado nesta quarta-feira (4) o Dia Mundial da Saúde Sexual. O tema reforça a importância da testagem e tratamento de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis).
O diagnóstico é essencial para os próximos passos no tratamento, como explica a superintendente em Vigilância da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande), Veruska Lahdo. Testes rápidos ficam prontos de 15 a 20 minutos.
“O primeiro ponto para saber se uma pessoa está com uma IST, é procurar atendimento médico para que a gente possa fazer um diagnóstico o mais rápido possível para ter atendimento oportuno e mais rápido para evitar a transmissão para outras pessoas. Todo o cidadão precisa de um diagnóstico”.
Não é necessário agendamento, basta procurar uma unidade de saúde mais próxima para ter acesso aos exames e, além de orientações de um profissional de saúde. As testagens disponíveis são para quatro ISTs: Sífilis, Hepatite B e C e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
“Dando reagente, o paciente é encaminhado para fazer um exame laboratorial para confirmação. A partir dai, o paciente é acompanhado. Se for gestantes, pelos riscos, precisa entrar em tratamento. As orientações são passadas, são tratamentos longos”.
Retirada de tumor
Por vezes, sintomas podem ser silenciosos. Aos 31 anos, Maristela* fez um exame de rotina no ginecologista, em 2023, porque estava em um relacionamento amoroso, com sintomas que pareciam de uma gravidez.
“Estava com pontada na barriga, dor nos seios. Comentei com uma amiga médica que me atendeu, coletou o preventivo. Em outubro veio o resultado com indicação de biópsia, porque veio alteração celular. De amiga comecei a ser tratada como paciente”.
Maristela não foi diagnostica com HPV (Vírus do papiloma humano), entretanto, teve contato com o vírus que ficou “entubado” no útero. Não teve sintomas da doença, mas alteração nas células desencadearam um tumor maligno.
“No resultado do meu exame preventivo, apareceu que estava com contração nas células e já recomendou uma biópsia. Fiz a biópsia e marquei a consulta particular. Estava desesperada porque não tinha plano. Fiz a colposcopia, a médica viu uma lesão no colo do útero, ela me encaminhou para o Hospital de Amor de Barretos. Lá, fui com minha mãe, que levei em todas as consultas. Chorei bastante. Paguei no particular, mas demorou um tempinho para sair a biópsia, comecei a correr atrás de plano”.
Ela conseguiu agilizar exames particulares para tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que agilizou para marcar a cirurgia de retirada do tumor. Após um ano e cinco meses do procedimento, Maristela continua o acompanhamento médico, com novos agendamentos para exames.
“Quando se tem câncer há um exame que identifica células cancerígenas, mas não pega microcelular. Por isso, foi um câncer que não precisei fazer quimioterapia, ele é (tratamento) cirúrgico. Então, é como se estivesse encapsulado, enraizado no órgão. Tenho que acompanhar para ver se pode voltar. Nunca fui diagnosticada com HPV, mas a gente acha que o câncer é uma intercorrência”.
Testes
A Sesau informa que de janeiro até julho de 2024, foram feitos 67.411 testes de ISTs. Em Campo Grande, cerca de 6.609 pessoas recebem tratamento contínuo de HIV e 524 para hepatites. Em relação à vacina de hepatite B da faixa etária de 15 anos ou mais tomaram esse ano: 24.316 pessoas; já a HPV para população específica: 378 doses.
Para os próximos dias, equipes da Sesau estarão no sábado (7) e domingo (8), no Comper da Rua Treze de Maio, realizando testes gratuitos das 8h às 14h.
Outros pontos de testagem
- CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento), de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, na Rua Anhanduí, 353, Amambaí. Contato: 67 98189-8300, 67 99227-1228, 67 99930-9713 ou 67 2020-1701.
- CEDIP (Centro Especializado em Doenças Infectoparasitárias), de segunda e terça-feira, das 6h às 21h, quarta a sexta-feira, das 6h às 18h e ao sábados, das 6h às 18h, na Avenida Nossa Senhora do Bonfim, esquina com Ave Cônsul Assaf Trad. Telefone (67) 2020-1888, ou rama 1889 e 1890.
Prevenção
Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por ISTs limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos de prevenção combinada:
- Uso de preservativos interno ou externo;
- Ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST;
- Testagem e aconselhamento para infecções sexualmente transmissíveis;
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição);
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição);
- Tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV;
- Prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B (quando a transmissão ocorre da mãe para o filho).