Decisão pede que Imasul implemente medidas para controlar a poluição do ar em MS

Medidas requeridas já estão previstas na legislação, mas Estado ainda não implantou

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fumaça poluição do ar
Céu com fumaça em Campo Grande (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Sentença da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande pede que o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Governo de MS implantem medidas para controlar a poluição do ar no Estado.

Decisão do Juiz Ariovaldo Nantes Corrêa atende aos pedidos formulados pelo MPMS (Ministério Público de MS) em ação civil pública e impõe prazos para a criação de uma rede de monitoramento da qualidade do ar, atualização do Plano de Controle de Poluição Veicular e implementação de inspeção ambiental veicular.

Essas medidas visam proteger a saúde da população e o meio ambiente, combatendo os impactos negativos da poluição gerada principalmente pelos veículos. A decisão, que aborda questões importantes para a saúde pública e o meio ambiente, impõe que o Estado e o Imasul implementem, em até quatro anos, uma rede de monitoramento da qualidade do ar em MS.

O órgão também tem a obrigação de divulgar relatórios anuais sobre a sua qualidade. Além disso, o Juiz determinou que, em até um ano, seja atualizado o PCPV (Plano de Controle de Poluição Veicular), e, após a atualização do plano, a implantação do Programa de Inspeção e Manutenção dos Veículos em Uso em até dois anos.

O plano incluirá a inspeção ambiental veicular anual de emissão de gases e ruídos como condição prévia para o licenciamento obrigatório de veículos, condenação que também alcança o Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS).

Falta de cumprimento da legislação ambiental

A ação civil pública foi proposta pela 34ª Promotoria de Justiça em 2021, após a constatação de que o Estado e o Imasul não estavam cumprindo a legislação ambiental vigente.

Durante as investigações, foi verificado que não existia uma rede de monitoramento da qualidade do ar e o PCPV aprovado pelo Imasul e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente nunca foi efetivado.

Para o Promotor de Justiça, autor da ação, Luiz Antonio Freitas de Almeida, o programa de inspeção ambiental veicular será uma ferramenta importante para controlar a emissão de poluentes nos veículos, que são uma das principais fontes de poluição atmosférica e sonora, especialmente nos centros urbanos.

O exame veicular incluirá a verificação de gases poluentes, ruídos e falhas de manutenção que possam aumentar a emissão de poluentes. Só poderão obter o licenciamento anual os veículos que passarem nessa inspeção.

Medidas precisam ser cumpridas

O Promotor de Justiça explica ainda que as medidas requeridas já estão previstas na legislação, mas não foram implementadas no Estado. “O objetivo é controlar a poluição causada pelos veículos, que é uma das maiores responsáveis pela poluição do ar e pelo ruído nas cidades. A poluição atmosférica e sonora são problemas de saúde pública que afetam diretamente a qualidade de vida da população”, afirmou.

A poluição atmosférica, que contribui para o aquecimento global, chuvas ácidas e a degradação da camada de ozônio, é uma preocupação global, especialmente no Brasil, que é signatário de tratados internacionais para reduzir a emissão de poluentes.

Além disso, a poluição do ar está diretamente ligada ao aumento de doenças respiratórias, infecções nos olhos e problemas no sistema circulatório. Já a poluição sonora tem impactos na saúde mental e física, como aumento de estresse, insônia, fadiga e aumento da pressão arterial.

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