Da dor pela morte por Covid-19, família se uniu em ação social que alimenta 300 pessoas por mês

Engenheiros do Amor reúne ao menos 40 pessoas na produção de marmitas para moradores do Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande

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(Foto: Priscilla Peres, Jornal Midiamax)

Em agosto de 2021, Bruno Wirtti, de 22 anos, morreu após um mês lutando contra a Covid-19, em Campo Grande. O mundo da família caiu, mas, em duas semanas, eles decidiram transformar a dor em auxílio ao próximo e iniciaram um projeto social. Dois anos depois, os Engenheiros do Amor distribuem 300 marmitas por mês.

A mãe de Bruno, Marina Wirtti, 43, conta que o filho cursava engenharia e que tinha a caridade como uma virtude nata. “Bruno era aquele menino que parava para ajudar as pessoas na rua. Esse projeto surgiu por tudo o que ele ensinou para a gente ser e olhar além da gente mesmo”, diz.

Dia 4 de setembro de 2021, a família enlutada realizou a primeira distribuição de alimentos. Eles fizeram 39 marmitas na casa da avó paterna do jovem e distribuíram no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, com apoio da Fraternidade Despertar.

O sentimento de realização por ajudar o próximo tomou conta da família que então decidiu criar um projeto social. Assim nasceu o ‘Engenheiros do Amor’, que todos os meses se reúne na Fraternidade Despertar para preparar e distribuir marmitas. Atualmente, são 300 almoços, acompanhados de refrigerante e doces, entregues um sábado por mês.

Distribuição das marmitas (Foto: Priscilla Peres, Jornal Midiamax)

Projeto reúne família, convidados e não para de crescer

Além dos pais, avós e irmão de Bruno, o projeto ganhou a participação de toda a família. São tios, primos e “agregados” que formam um grupo de pelo menos 40 pessoas empenhadas na realização da ação social. Normalmente, as marmitas são distribuídas em um sábado de cada mês.

Marina Wirtti conta que todos são bem-vindos para pôr a mão na massa ou ajudar financeiramente. Ela diz que nessa “ação do bem” nunca faltou alimento para fazer e distribuir. Mas, a meta é crescer mais e mais. “Ah, eu gostaria de poder distribuir alimento para essas famílias todos os dias. Mas, vamos crescendo como podemos”, conta.

Às vezes, é o destino que agrega mais ajudantes. Gabriela Bertaquim, 39, conta que se mudou para Campo Grande há menos de um ano e em um dia com a filha em um parquinho da cidade, começou a conversar com a mãe de uma criança.

“Começamos a conversar, ela contou que participava do projeto e eu fiquei muito feliz porque estava procurando um projeto social para participar”, conta Gabriela, que participa com a filha todos os meses – a pequena faz questão de participar e ajudar com doações.

Saiba como ajudar

O cardápio padrão do almoço é de arroz, feijão, carne moída com legumes e farofa. Mas o grupo, que inclui cozinheiros de mão cheia, sempre inovam. Às vezes é galinhada, às vezes bobó, mas sempre delicioso.

Em datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal, a produção de marmitas inclui uma festa para os moradores do bairro, com brinquedos e distribuição de doces e presentes.

O cardápio padrão inclui 20k de arroz, 15 kg de feijão, 15 kg de carne moída, 15 kg de batata, 6 kg de calabresa, 7 kg de farofa pronta ou de mandioca, 2 kg de sal, 2 margarinas de 500 g, cebola, alho, 300 embalagens de marmitex e 300 garrafinhas de refrigerante.

Quem quiser participar pode entrar em contato com eles pelo Instagram @engenheiros_do_amor e doar pelo PIX para Marina Wirtti 6799944774.

(Foto: Priscilla Peres, Jornal Midiamax)

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