Se você trafega pela Avenida Bandeirantes, provavelmente já se deparou com motoristas se confundindo com o corredor de ônibus presente na faixa esquerda da via. A situação se agrava especificamente no cruzamento da Avenida com a Rua Salim Maluf, onde, segundo comerciantes da região, acontecem acidentes todos os dias.

O Jornal Midiamax foi ao cruzamento para entender o porquê desta situação inusitada.

Valdeir Pereira dos Santos, 50, é proprietário de uma loja de veículos há 10 anos no local. Ele ressalta que antes da instalação da faixa exclusiva para ônibus, não aconteciam acidentes diários. Ele destaca ainda que o investimento feito para a obra do corredor foi um desperdício, visto que os pontos de ônibus ficam na extremidade oposta da Avenida, inutilizando a faixa exclusiva.

“Os acidentes acontecem por causa do corredor de ônibus. O pessoal usa o corredor para aumentar a velocidade e é onde dá problema. Tem motoristas rápidos no corredor e outros querendo fazer conversão na Salim Maluf e daí acontece acidente, é todo dia e a maioria é com motoqueiros”, explica Valdeir.

“Esse problema acontece em toda a Avenida Bandeirantes. Esse corredor foi um elefante branco, gastaram um horror aqui e nem usam”, complementa o empresário.

Corredor de ônibus foi instalado no lado oposto aos pontos de ônibus da Avenida Bandeirantes. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Alta velocidade e imprudência de motoristas representam perigo

O primo de Valdeir, que não quis se identificar, chama atenção para a velocidade em que os motoristas trafegam na Avenida Bandeirantes. Segundo ele, a imprudência dos motoristas representa risco grande às crianças e idosos que atravessam e utilizam o comércio no local.

“Eu moro na Brilhante, e lá acontece a mesma coisa que aqui [Avenida Bandeirantes] e agora está essa confusão. A velocidade é absurda dos carros, a Bandeirantes virou uma pista de corrida e não pode ser assim. Passam muitos ônibus, descem pessoas de idade para ir à lotérica aqui perto e o trânsito é um perigo. Aqui tinha que ter radar para melhorar isso”, disse.

Usuário de bicicleta, o primo de Valdeir também critica o corredor de ônibus inoperante. Nesse sentido, ele comenta que após a instalação da faixa exclusiva, por precaução, agora ele evita andar de bicicleta na via.

“Eu costumava passar bastante aqui na Bandeirantes de bicicleta, mas depois desse corredor de ônibus eu fui obrigado a andar na calçada. Se eu ficar na rua vão passar por cima de mim. É um absurdo”, protesta.

Motociclista flagrado em alta velocidade utilizando o corredor de ônibus. (Henrique Arakaki, Midiamax)

A vendedora Jennifer Ribeiro, 24, também denuncia o excesso de velocidade na via. Trabalhadora de uma lanchonete exatamente em frente ao cruzamento, ela comenta que já perdeu as contas de quantos acidentes já presenciou no local.

“Os acidentes aqui acontecem direto, quase todo dia tem um motoqueiro caído nesse cruzamento. Os motoristas correm muito, não tem paciência e não prestam atenção. Acho que se tivessem mais calma na direção não aconteceria tanto problema aqui”, relata.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande sobre a situação na Avenida Bandeirantes, mas ainda não teve retorno. O canal segue aberto para o posicionamento.