Corpo de Bombeiros confirma que Nasa Park não tinha o certificado de vistoria atualizado

Barragem de um lago rompeu e rio de lama atingiu residências próximas

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Lago fica em condomío de luxo (Fala Povo, Jornal Midiamax)

O condomínio de luxo onde a barragem de um lago rompeu na manhã desta terça-feira (20) não tinha a licença atualizada, segundo informou o Corpo de Bombeiros. A água e a lama chegaram a interditar a BR-163 e atingiu residências.

“O condomínio está com a licença atrasada. Ou seja, não tinha o documento regular para o funcionamento do lago”, diz o Tenente Coronel Fabio Pereira Lima, do CBMMS. Segundo informações da corporação, não há vítimas e pelo menos três residências foram atingidas.

Uma equipe dos Bombeiros atua na vistoria da área para analisar as questões de segurança e possíveis irregularidades. Após 2h do incidente, a BR-163 foi parcialmente liberada, em sistema de para e siga.

Imagens do Jornal Midiamax mostram que não há mais água sob a BR-163, no km 500, entre Campo Grande e Jaraguari, porém há muitos estragos no guard rail e na tubulação de escoamento das águas pluviais.

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BR-163 ficou tomada pela água (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Rompimento da barragem

Imagens exclusivas enviadas ao Jornal Midiamax, registradas na área interna do condomínio de luxo mostram uma cratera formada no lado após o rompimento da barragem, na manhã desta terça-feira (20).

Segundo moradores, a água não invadiu residências do condomínio, entretanto, destruiu a avenida de acesso para as casas após a formação de um ‘sumidouro’ com o rompimento da barragem.

Em um dos vídeos é possível notar a profundidade e a força da água. Os moradores que fizeram as imagens demonstram preocupação com a situação: “Está rompendo tudo”.

A represa secou após o rompimento da barragem. Imagens registradas por moradores revelam a tragédia ambiental e estrutural na região. “Acabou tudo, só galho e peixe. Tomara que não tenha ninguém em cima dessa ponte”, descreve.

A água se aproxima de Campo Grande, mas ainda não é possível dizer se vai atingir a cidade. O prefeito de Jaraguari, Edson Nogueira, que está em Campo Grande para um curso, disse que avisou as autoridades do município sobre o rompimento da barragem e uma equipe da Defesa Civil sobrevoou o local.

Casa na área rural destruída pela água

Imagens enviadas ao Jornal Midiamax mostram a casa de um trabalhador de propriedade rural totalmente devastada pela enxurrada da água da represa. A barragem se rompeu nesta manhã, e pouco tempo depois, imagens mostram a lagoa do condomínio praticamente seca.

A água desceu em correnteza forte, destruindo tudo que encontrava pelo caminho. É possível ver a marca da passagem da água que ficou em cerca de um metro da casa, destruindo móveis, eletrodomésticos e deixando muita lama pelo local.

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Rompimento de barragem (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

‘Só deu tempo de fugir’

Morador da região conta que vive com a mãe e três crianças em uma casa na área rural. Ele recebeu um aviso do cunhado sobre o rompimento da barragem, mas em 4 minutos a água invadiu toda a casa.

“Só tive tempo de colocar a família no carro e fugir”, contou o morador, ainda em choque com toda a situação. Os trabalhadores ainda contam que ouviram um estrondo muito alto, pouco antes da água se espalhar.

“O sentimento é de revolta, é um descaso com a nossa população. Essa tragédia já estava anunciada, ali onde eu moro tem cerca de 10 casas, com certeza a água invadiu e destruiu tudo”, conta outro morador da região.

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Entenda onde fica o condomínio e o trajeto da água (Arte, Jornal Midiamax)

Uso do lago era cobrado no Nasa Park

Conforme relatos, o lago pertence a um empresário que não mora no condomínio de luxo e impôs taxa para uso da represa. O uso era permitido após o pagamento de um boleto mensal de R$ 400, no qual o jet ski do proprietário já era vinculado e, assim, garantia o livre acesso ao local.

Ainda de acordo com relatos, o local pertence ao município de Jaraguari e os moradores pagam somente IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O Jornal Midiamax tentou contato com a empresa que administrava o lago, agora seco, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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