Após morte de peão por usar celular durante temporal em MS, saiba como se proteger de raios

Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com maior índice de raios no Brasil

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(Montagem: Arquivo Midiamax e Arquivo Pessoal, reprodução)

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostram que o Brasil registra 78 milhões de raios todos os anos e que Mato Grosso do Sul está entre os três Estados com maior incidência de raios do país. Nessa quinta-feira (21), um peão de rodeio morreu vítima de descarga elétrica durante temporal em Água Clara, a 193 quilômetros de Campo Grande. Ele usava o aparelho celular, que estava conectado à tomada.

A fatalidade levanta o alerta em relação aos mitos e verdades sobre os cuidados durante uma tempestade. Cartilha disponibilizada pelo Inpe esclarece algumas das principais dúvidas sobre situações que podem atrair descargas elétricas e informa o que é necessário fazer para ficar protegido.

Espelho atrai raios?

Segundo especialistas, a crença é, na verdade, lenda que surgiu em um período em que os espelhos tinham grandes molduras metálicas – e elas, sim, atraem raios. Desvendado o mito, já não há necessidade de cobrir espelhos durante tempestades.

Um raio não atinge duas vezes o mesmo local?

Ditado popular, sem qualquer fundamento científico. Um dos exemplos apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe cerca de seis descargas elétricas por ano.

Árvores atraem raios, ou nos protegem deles?

Um das maiores incidências de raios ocorrem em áreas rurais e uma das recomendações é não se abrigar próximo de árvores, portanto, elas não protegem e ainda colocam em risco a vida de quem procura abrigo debaixo delas.

Pode tocar em uma pessoa atingida por raio?

Sim. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a vítima de descarga elétrica não armazena energia, ou seja, pode ser tocada e deve ser ajudada imediatamente.

Estamos protegidos em prédios com para-raios?

Isso depende de seguir as orientações. O para-raios protege a estrutura das edificações, no entanto, quando um raio atinge o sistema de proteção tipo Franklin – comum na maioria dos prédios comerciais e residências – são induzidas correntes elétricas pela fiação e, por isso, é necessário evitar contato com a rede elétrica e telefônica.

O que precisamos evitar?

Ainda de acordo com o Inpe, a probabilidade média de uma pessoa morrer atingida por um raio no Brasil ao longo de toda a sua vida é de um em 25 mil, considerando o tempo de vida de 75 anos, porém, o risco aumenta de um em mil, dependendo da circunstância da pessoa durante a tempestade.

Cartilha do Inpe afirma que é necessário evitar equipamentos elétricos ligados à rede elétrica ou ficar perto de tomadas; falar ao telefone com fio ou utilizar celular conectado ao carregador; tomar banho em chuveiro elétrico; ficar próximo a janelas e portas metálicas; ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).

O que não fazer?

Permanecer dentro da água; caminhar às margens da água na faixa de areia, calçadão, beira de rio ou piscina; permanecer embaixo de guarda-sol, tendas e quiosques; ficar próximo a embarcações atracadas; realizar atividades de pesca navegando em embarcações ou na beira da água.

Como se proteger?

• Entre em um veículo não conversível e feche as portas e vidros e evite contato com a lataria; • Entre em moradias ou prédios, mantendo distância das redes elétrica, telefônica e hidráulica, de portas e janelas metálicas;

• Entre em abrigos subterrâneos, como metrôs ou túneis. Caso não haja abrigo seguro, afasta-se de qualquer ponto mais alto e de objetos metálicos, mantenha os pés juntos e agacha-se até a tempestade passar. Não fique deitado.

Índice de mortes por descarga elétrica dentro de casa

Mesmo que pareça seguro se abrigar dentro de casa, as estatísticas revelam que essa é circunstâncias em que mais morrem pessoas atingidas por raios no Brasil.

Na quinta-feira (21), o peão de rodeio, Leonardo Moreira de Paula, de 33 anos, morreu ao receber uma descarga elétrica durante temporal em Água Clara, a 193 quilômetros de Campo Grande.

Conforme as informações, Leonardo usava o aparelho celular, que estava carregando, quando recebeu a descarga elétrica. A vítima não resistiu e morreu na hora. A irmã dele estava na casa quando ocorreu o incidente.

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