Com umidade do ar em 25%, campo-grandense recorre a táticas para amenizar danos à saúde
Período de estiagem se prolonga, sem chuvas consideráveis há mais de 20 dias, causando danos à saúde e incêndios florestais
Karina Campos, Clayton Neves –
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Bacia com água, toalha molhada, beber mais de dois litros de água são dicas comuns para amenizar os períodos de tempo seco. Campo Grande registrou na última segunda-feira (17) o nível preocupante de 25% na umidade do ar.
O Jornal Midiamax foi ao Centro da cidade para saber quais alternativas o campo-grandense tem tomado para amenizar os danos à saúde.
O chafariz na Praça Ary Coelho estava ligado durante a reportagem, medida que favorece a umidade no ambiente. Contudo, para reduzir os impactos da condição meteorológica em casa, os moradores dobram medidas tradicionais.
Assim, Franciele Advincula, que é asmática, dobrou o medicamento e começou a passar pano úmido na casa, pelo menos, duas vezes por dia. Ela, que já enfrentava problemas de saúde condicionados ao ambiente, teve que intensificar o autocuidado.
“É um período horrível. A respiração fica péssima, o nariz seco (…) Dormir é quase impossível, suor excessivo e a oleosidade no rosto. Tenho que colocar água espalhada por toda a casa, abrir as janelas, mesmo que entre sujeira. O ventilador fica ligado e tomo dois litros de água. Esse tempo mudou minha rotina”, descreve.
Até animais sofrem
A sensação de tempo desértico assola os danos e castiga até quem não tem predisposição a problemas respiratórios. Stéphanie Suelen ampliou as vasilhas de água para os gatos de estimação e aumentou as vezes de aguar as plantas.
“Sinto que a respiração fica horrível. Sempre passo um pano úmido em casa e tenho umidificador, até meus gatos estão sofrendo. Antes eu não tinha costume de tomar mais de um litro de água por dia, agora estou tomando mais”.
Eluan Ferreira, de 23 anos, diz que toma algumas medidas de precaução, mas sem alarde, como evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e se hidratar com frequência.
“É complicado, é perigoso. A pele resseca bastante. Eu gosto do calor, faço algumas coisas para não passar mal, mas é tranquilo para mim”.
Já o paisagista Célio Mendes, de 48 anos, esperava enfrentar um tempo seco no outono, considerando os meses anteriores com pouca chuva. “Tem que se cuidar, passar protetor solar, beber bastante água. Quando tenho que vir ao Centro fazer alguma coisa, saio mais cedo de casa. A gente não sabe quando vem chuva, enquanto isso, é lidar com a poeira, fumaça de queimadas. Esse tempo causa incômodo na garganta, olho, nariz, para amenizar, coloco vasilha com água, abro as janelas e deixo o ventilador ligado”.
Para James Pereira é a pior época do ano. “Até para os animais e vegetais. Eu não faço nada especial, mas tomo bastante água e evito o calor”.
Baixa umidade
Pelo segundo dia consecutivo, cidades de Mato Grosso do Sul ocupam a liderança das regiões mais secas do Brasil nas últimas 24h. Além disso, o Estado marca um novo recorde de menor umidade relativa do ar do ano, com 17%.
A lista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indica que Costa Rica (17%) e Paranaíba (18%) ocuparam o segundo e o terceiro lugar das cidades mais secas, perdendo posição apenas para Buritirama, na Bahia, com 16%.
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