Moradores de Mato Grosso enfrentam nos últimos dias a umidade do ar em índice crítico, de 10 a 30%. Entre os sintomas do corpo mais comuns com essa condição meteorológica estão ressecamento da pele e desconforto na respiração. Contudo, a saúde dos olhos também é ameaçada e requer cuidados essenciais.

Conhecida como “síndrome do olho seco”, a situação acontece quando o olho não produz lágrimas suficientes ou quando a lágrima evapora rapidamente diante do tempo desértico. Consequentemente, uma série de sintomas e efeitos oculares são desencadeados, como a irritação, vermelhidão e ardência.

O oftalmologista e especialista em glaucoma, Arthur Fernandes Resende, explica que esses efeitos geram aquela sensação de “areia nos olhos”, sensibilidade à luz e até a visão embaçada. Ele desmistifica que o lacrimejamento significa que o olho está hidratado.

“Pode parecer contraditório, mas o olho seco pode, algumas vezes, ter lacrimejamento. Qual que é o problema? A lágrima não está no ponto onde a gente verifica, ela está sendo escoada, está saindo do olho ao invés de ficar hidratando, ela está escorrendo e ir embora. Isso acaba gerando um reflexo no nosso corpo, gerar mais lágrima e a gente acaba escorrendo. O olho seco pode levar ao cansaço, à fadiga muscular ou à fadiga ocular, a pessoa fica cansada de ler, fica cansada de fazer alguma atividade de leitura, justamente porque o olho seco está atrapalhando”, descreve.

Condição mais severa

O cuidado para os usuários de lente de contato deve ser reforçado. Resende destaca que a condição meteorológica pode agravar ao extremo da inflamação ocular, o que causa danos e machucados. Assim, uma consulta com um médico oftalmologista é imprescindível.

“O olho seco tem diversas características, desde o estágio mais leve ao mais severo. Além da umidade, tem doenças que podem causar o olho seco, como doenças reumatológicas. Por exemplo, pessoas que oram submetidas à cirurgia oftalmológica recentemente, também sofrem mais com o olho seco”.

Idosos também podem ter o problema refletido na saúde dos olhos, além de crianças com alergias ou doenças respiratórias.

Cuide-se

O médico indica algumas maneiras de amenizar o desconforto, além do uso de colírio lubrificante, cuidados com o ambiente podem ajudar:

  • Sempre procure um médico oftalmologista em casos de incômodo constante;
  • Beba água;
  • Umidifique o ambiente;
  • Não tem umidificador de ar? Improvise com toalhas molhadas ou baldes de água.

Soro fisiológico e água boricada nos olhos não

A automedicação é um risco e quando se trata dos olhos os cuidados devem ser reforçados. Na dúvida, não aplique nada nos olhos e procure um médico.

O Dr. Arthur alerta que não devemos aplicar soro fisiológico e água boricada nos olhos, pois esses produtos podem agravar a saúde ocular.

“Tanto a água boricada quanto o soro fisiológico, não são ideais para a hidratação dos olhos. A lágrima é um líquido muito complexo com diversas moléculas de diferentes atônicas. Então, o ideal para que você consiga controlar o olho seco é realmente usando colírios lubrificantes, que existem diversos tipos, marcas e formas diferentes nas farmácias. Sendo que as mais comuns são a carmelose sódica e o hialuronato de sódio”, finaliza.

Tempo desértico persiste

O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) explica que a baixa umidade do ar acontece por um sistema de alta pressão. Contudo, o dia será de sol e variação de nebulosidade.

Portanto, a umidade relativa do ar estará em índice preocupante de 10 a 30%. Portanto, é fundamental manter-se bem hidratado e umidificar os ambientes para evitar desconfortos relacionados ao tempo seco.